O aparelho sexual masculino é composto por testículos, epidídimos, canais deferentes, uretra, vesículas seminais, próstata, glândulas bulbo-uretrais, bolsa escretal e pénis.
Os espermatozóides são muito sensíveis à temperatura e não se desenvolvem à temperatura corporal habitual (tem que ser mais baixa).
Períneo e escroto
A área entre as coxas, limitada à frente pela púbis, atrás pelo cóccix e lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas é o períneo, que se divide em triângulos, por músculos pares: o músculo transverso superficial e o profundo. O triângulo anterior contem a base do pénis e o posteriormente anal, contem o orifício anal. O escroto ou bolsa escrotal é um saco de duas camadas que contem os testículos e está interiormente dividida em compartimentos por um septo de tecido conjuntivo. O escroto é formado por várias estruturas sobrepostas, nomeadamente pela pele, uma camada de tecido celular subcutâneo e uma camada muscular lisa-dartos escrotal. Quando a bolsa está exposta a uma baixa temperatura àas fibras musculares dos dartos contraem-se à pele escrotal fica firme e rugosa e diminui o volume total da bolsa. Os músculos cremásteres contraem-se e fazem subir os testículos para mais perto do corpo. Quando a bolsa está exposta a temperaturas mais quentes: os dartos e os cremásteres descontraem, tornam a pele lisa e fina e os testículos descem e afastam-se do corpo.
Testículos
Dois pequenos órgãos ovóides localizados no exterior da cavidade abdominal, na bolsa escrotal. São glândulas endócrinas (testosterona) e exócrinas (espermatozóides).
![]() |
Sistema genital masculino Fonte: Netter 2000 |
São revestidos por uma cápsula de tecido conjuntivo - túnica albugínea. O tecido conjuntivo desta membrana penetra para o interior do testículo, formando septos incompletos, que dividem os testículos em lóbulos- que têm os tubos seminíferos (onde se dá o desenvolvimento dos espermatozóides) e as células de Leydig (secretoras da testosterona).
- tubos seminíferos abrem-se para um sistema de curtos canais que se abrem → rede testicular → que se esvazia para canais eferentes → epidídimo
Durante o desenvolvimento fetal os testículos passam da cavidade abdominal para a bolsa através do canal inguinal.
Espermatogénese e função endócrina testicular
Desde o início do seu desenvolvimento até à puberdade, os testículos permanecem relativamente indiferenciados. Os espermatozóides são produzidos nos tubos seminíferos
Espermatoblastos dividem-se por mitose → espermatócitos de 1.ª ordem, depois após a 1.ª meiose → espermatócitos de 2.ª ordem, depois da 2.ª meiose → espermátides → espermatozóides (com um acrossoma e uma cauda)
As células de Sertoli alimentam os espermatozóides, formam a barreira hematotesticular e produzem hormonas sexuais.
Testosterona:
É o principal androgénio nos homens, é produzida pelas células de Leydig e determina o crescimento e a diferenciação dos órgãos genitais masculinos e do sistema canalicular da reprodução, sendo necessária para a espermatogénese e para a migração testicular na fase final do desenvolvimento fetal. Esta hormona estimula o crescimento capilar na região púbica e linha mediana abdominal, membros inferiores, tórax, regiões axilares, face e dorso. A testosterona determina ainda a textura da pele e do cabelo, tornando-os mais ásperos e grossos; aumenta o ritmo de secreção das glândulas sebáceas e estimula a hipertrofia da laringe; promove a síntese proteica na maior parte dos tecidos do organismo, determina o crescimento ósseo rápido e aumenta a deposição de cálcio.
Eixo hipotálamo-hipófise-testículo
Os mecanismos hormonais que influenciam o aparelho sexual masculino envolvem o hipotálamo, a hipófise e os testículos. Os neurónios do hipotálamo libertam uma hormona libertadora da GnRH que passa pelo sistema porta hipotálamo-hipofisário para a adeno-hipófise. Em resposta as células da adeno-hipófise segregam 2 hormonas- gonadoestimulinas- FSH e LH.
A LH actua nas células de Leydig, determinando a produção da testosterona. Esta hormona vai estimular o desenvolvimento e actividade do sistema reprodutor, a espermatogénese, o aparecimento e manutenção dos caracteres sexuais secundários e as atitudes comportamentais.
A hormona FSH actua ao nível da parede interna dos tubos seminíferos, estimulando as células de Sertoli a produzirem uma proteína que transporta a testosterona para as células germinativas ocorrendo, então a espermatogénese. Ambas as gonadotropinas se ligam a moléculas receptoras específicas da membrana das células que influenciam. A testosterona exerce um efeito moderador sobre o complexo hipotálamo-hipófise, isto é, ocorre uma retroacção negativa: o aumento da testosterona inibe o complexo hipotálamo – hipofise, que diminui a produção de Lh, logo diminui a produção de progesterona. Este retrocontrolo negativo assegura a estabilidade das taxas de testosterona e de gonadoestimulinas no sangue.
Vesículas Seminais
Duas glândulas em forma de saco, localizadas perto das ampolas dos canais deferentes, drenam para os canais ejaculadores e a sua secreção contem frutose e fibrinogéneo.
Próstata
Constituídas por tecido glandular e muscular, situa-se atrás da face posterior da sínfise púbica, na base da bexiga, onde envolve a uretra prostática e os 2 canais ejaculadores. È composta por uma cápsula e segrega para a uretra prostática. As secreções prostáticas neutralizam o esperma.
Uretra e esfíncteres uretrais
Estende-se desde o colo da bexiga até à extremidade distal do pénis. É uma via comum para a urina e o esperma. À uretra prostática, que se segue à bexiga, juntam-se os canais deferentes para formar a uretra membranosa. A uretra membranosa atravessa o diafragma musculofibroso do períneo e torna-se na uretra esponjosa, que se continua através do pénis.
Pénis e mecanismo da erecção
O pénis é constituído por 3 colunas de tecido eréctil, é o órgão masculino da cópula e transfere os espermatozóides do corpo do homem para o da mulher. Duas das colunas constituem os corpos cavernosos e a outra o corpo esponjosos, situada na face inferior dos corpos cavernosos, dilata-se para formar a glande peniana. A uretra passa ao longo do corpo esponjoso, penetra na glande e atravessa-a para se abrir para o exterior através do orifício uretral. Na extremidade proximal do pénis o corpo esponjoso dilata-se e forma o bulbo peniano, e cada corpo cavernoso alarga-se para formar a raiz do corpo cavernos que se insere nos ossos da bacia. O pénis é recoberto por pele ligada ao tecido conjuntivo que o envolve. E possui receptores sensoriais. O prepúcio é uma prega solta de pele, que recobre a glande peniana. Os principais nervos, artérias e veias do pénis caminham ao longo da sua face dorsal. Uma veia dorsal única estende-se na linha mediana, acompanhada de cada lado pelas artérias dorsais e pelos nervos dorsais do pénis, estes numa posição mais externa. Outras artérias mais profundas irrigam os corpos cavernosos.
A testosterona é indispensável para iniciar e manter o comportamento sexual masculino, entra nas células do hipotálamo, influencia a sua função e determina o comportamento sexual.
O acto sexual masculino é uma complexa série de reflexos que dá origem à erecção do pénis, à secreção de muco para a uretra, à emissão e ejaculação. - a estimulação para o acto sexual tanto pode ser táctil como psíquica.
- os impulsos aferentes passam através dos nervos genitais até à região sagrada da medula espinhal
- estimulação parassimpática: a erecção é devida à vasodilatação dos vasos sanguíneos que irrigam o tecido eréctil; é produzido muco pelas glândulas da uretra e bulbo-uretrais.
- estimulação simpática: determina a erecção, emissão e ejaculação
A erecção é caracterizada como o aumento de volume do pénis, que se torna mais rijo, devido ao maior fluxo sanguíneo. Os impulsos nervosos da medula espinhal estimulam a dilatação das artérias que irrigam os tecidos erécteis. E o sangue preenche os sinusóides do tecido eréctil e comprime as veias. Como a circulação venosa de retorno fica parcialmente impedida, a pressão sanguínea nos sinusóides causa dilatação e rigidez do tecido eréctil. Os impulsos nervosos que determinam a erecção vêm dos centros parassimpáticos ou simpáticos na medula espinhal.
Epidídimo: sistema canalicular encurvado; localizado sobre o testículo (responsável pela maturação dos espermatozóides).
Canais deferentes partem do epidídimo para a cavidade abdominal.
Canais ejaculadores são formados por reunião do canal deferente e do canal excretor da vesícula seminal.
Cordão espermático contem o canal deferente, os vasos sanguíneos e linfáticos, os nervos, o remanescente do processo vaginal, o músculo cremáster e as fascias, o cordão espermático, através do canal inguinal, passa para a cavidade abdominal
Glândulas acessórias as glândulas bulbo-uretrais são glândulas mucosas compostas e drenam as suas secreções para a uretra esponjosa
Secreções:
Secreções:
- o esperma é uma mistura de secreções glandulares e de espermatozóides
- as glândulas bulbo-uretrais e as glândulas mucosas da uretra produzem muco que neutraliza o pH ácido da uretra
- as secreções testiculares contêm espermatozóides
Orgasmo e ejaculação
O orgasmo é o ponto culminante de uma relação sexual, correspondendo ao auge de um estado fisiológico de intensa excitação sexual, a que se segue um abrandamento da tensão sexual e o relaxamento dos músculos do corpo, após alguns segundos de repentino e forte prazer.
No homem, o orgasmo culmina com a ejaculação, em que ocorre a expulsão de espermatozóides, produzidos nos testículos, juntamente com secreções das glândulas anexas ao sistema reprodutor masculino (glândulas de Cowper, vesículas seminais e próstata), formando o esperma. Em cada ejaculação são libertados cerca de 4 ml de esperma.
Na primeira fase do orgasmo masculino, ocorre contracção de todo o trato genital, em simultâneo com o bombeamento dos fluidos da próstata e vesículas seminais para a uretra peniana. O esperma, aqui formado, é expulso para o exterior devido à contracção dos músculos do pénis e do períneo. Após a emissão, ocorre um período refractário, durante o qual o homem não consegue uma nova erecção nem orgasmo, variando este período de alguns minutos a várias horas, consoante a idade.