ESPONDILITE ANQUILOSANTE - INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO



Espondilite anquilosante… doença inflamatória, crónica, de etiologia desconhecida, com marcada tendência para a anquilose óssea e comprometendo, preferencialmente, as articulações sacro-ilíacas e as articulações da coluna vertebral.
Epidemiologia…
► Prevalência de 0,05% a 0,1% com predomínio do sexo masculino e na raça branca
► Tem início entre os 15 e os 30 anos de idade, mas há formas infantis e outras que começam em épocas tardias da vida
► Rara em africanos e asiáticos
Etiologia…
► Desconhecida…
► … No entanto, o gene HLA B27 está presente em mais de 90% dos casos
► Predisposição familiar (factores genéticos), sendo possível que alguns factores ambientais sejam capazes de desencadear a doença
Anatomopatologia…
► A EA consiste num processo inflamatório crónico, inespecífico, com infiltração de linfócitos e plasmócitos, incluindo 3 processos... 1. Entesopatia
2. Sinovite crónica
3. Condrite
Evolução da doença…
Sintomas gerais… Dor
Fadiga
Perda de peso / Fraqueza

Febrícula nas fases de exacerbação da doença
À medida que a doença evolui, juntam-se-lhe algumas alterações dos processos patogénicos e…
… Incapacidade para a marcha e Alteração da imagem corporal
Envolvimento vertebral
Nível lombar… limitação da mobilidade com perda de flexão, extensão e mobilidade lateral
Nível dorsal… desenvolve-se uma hipercifose dorsal e o doente assume uma postura típica com projecção da cabeça e do tronco para a frente
Nível cervical… desenvolvem-se deformações com fixação da coluna em flexão, com ligeira inclinação para um dos lados e uma pequena rotação da cabeça para o lado contralateral
Nível sacro-ilíaco… tendência para a evolução da anquilose destas articulações, mas não implicado grandes limitações
Envolvimento das coxo-fémurais e escapulo-umerais… com alterações de destruição articular e adopção de posições invalidantes
Envolvimento torácico… com diminuição da amplitude de movimentos e redução da expansão torácica
Manifestações extra-articulares
Envolvimento cardíaco… com o desenvolvimento de insuficiência aórtica e posteriormente com insuficiência cardíaca
Envolvimento pulmonar… com doenças restritivas
Envolvimento neurológico… com síndromes mielocompressivos a nível cervical
Diagnóstico…
Exames laboratoriais… Antigénio HLA B27
VS á
PCR á
Anemia ligeira
Exame radiológico… das articulações da coluna, coxo-femurais, joelhos…
Critérios de diagnóstico (Nova York – 1987)
1. Lombalgia inflamatória com início antes dos 45 anos
2. Existência familiar de… Dor e rigidez torácica recorrente
Uveíte unilateral e entesopatia
Oligoartrite
3. Limitação da mobilidade lombar nos dois planos
4. Diminuição da expansão torácica
5. Sacroileíte radiológica
Tratamento…
Objectivos… Diminuir a dor, a rigidez e a fadiga
Minimizar e evitar deformidades e incapacidades
Manter e aumentar a mobilidade do tronco e das articulações periféricas
Aumentar o fortalecimento dos músculos do tronco e dos membros
Melhorar a postura
Melhorar ou manter as condições respiratórias
Ensinar e orientar a pessoa
Aumentar a qualidade de vida
Tratamento medicamentoso… Anti-inflamatórios
Corticóides
Metotrexato (imunossupressores)
Tratamento de reabilitação // intervenções de enfermagem de reabilitação…
A. Posições de repouso… Decúbito dorsal
Decúbito ventral Períodos de 15-20 minutos, 2 ou 3 vezes por dia
Posição de sentado Alterações de decúbito
Incapacidade para a marcha
Alteração da imagem
B. Correcção postural… Realizada de forma progressiva, evitando todas as situações que podem levar a uma deformação da coluna
Manter postura o mais correcta possível na posição bípede
Correcção da postura contra um plano vertical
Correcção da postura frente a um espelho quadriculado
Levantar-se e deambular em intervalos regulares
Cadeiras com suporte para a coluna e pescoço e com apoios para os braços
C. Exercícios de mobilização… Componente fundamental do processo de Reabilitação, associada a outras modalidades de tratamento: calor, massagem, electroterapia…
D. Exercícios activos…


E. Exercícios de alongamento… para a amplitude de movimentos para mobilizar estruturas com processos de restrição do movimento
Exercícios de fortalecimento muscular… com aumento da resistência, conforme a tolerância
Exercícios respiratórios… com inspiração e expiração profunda, com ênfase na expansão da caixa torácica e das costelas inferiores, através das mãos ou de uma toalha
Hidroterapia… devido aos efeitos sedativos, de relaxamento muscular e de diminuição da dor, facititando a mobilidade articular, aumentando a amplitude de movimentos e facilitando o alongamento muscular e aumentando a força muscular
F. Ensino à pessoa/família
► A EA não tem cura, tornando-se fundamental habilitar a pessoa nas técnicas de condicionar o processo patológico de forma menos desfavorável
► A EA implica o início imediato de cuidados de reabilitação, com um programa adequado à pessoa e à evolução clínica
► O sedentarismo e o repouso agravam a dor e a rigidez e facilitam a anquilose
► Incentivar o uso de colchão duro e almofada baixa
► Orientar sobre a importância de evitar posições viciosas e sobre a necessidade de uma postura ergonómica
► Aconselhar a pessoa a evitar a obesidade
► Orientar ara o exercício de manutenção: caminhar, natação, ciclismo, ténis de mesa…, evitando sinais de fadiga
► Na fase de inflamação, aumentar o tempo de repouso, limitar os períodos de marcha e evitar esforços
► Informar sobre a importância de se proteger do frio e da humidade, dado aumentarem a contratura muscular, provocando dor e favorecendo a rigidez
► A ajuda da família, dos amigos e daqueles que enfrentam idênticas dificuldades e da ANEA, permitem uma melhor qualidade de vida das pessoas com esta patologia