A hipertensão arterial (HTA) representa um dos maiores problemas de saúde pública da actualidade, na qual existe uma incidência crescente a nível Mundial nas últimas décadas, apresentando um aumento acentuado em relação a outras enfermidades (SILVEIRA, 2007).

É um factor de risco cardiovascular bem conhecido nos adultos. Apesar da incidência de HTA ser baixa na infância, existe uma crescente de que esta tem os seus antecedentes durante a infância e adolescência. A monitorização da tensão arterial (TA) neste grupo etário poderá ter um impacto importante na doença cardiovascular a longo prazo (MOTA et al 2007).
Tendo em conta estes pressupostos, e visando delinear um ponto de partida, foi considerado como objectivo para este trabalho:
- Constituir um guia orientador para o projecto que iremos desenvolver sobre a temática da “HTA”, através do estabelecimento de objectivos gerais e específicos., tal como as estratégias que achamos oportunas para a consolidação do mesmo.
Justifica-se então, este projecto da fusão das vertentes teórica e prática clínica no sentido de ser uma mais-valia no saber desta patologia e consequentemente para a prestação de cuidados a doentes com esta patologia.
Este projecto apresenta-se estruturado em cinco partes:
ü Abordagem sobre a hipertensão arterial;
ü Enumeração dos objectivos gerais;
ü Enumeração dos objectivos específicos, assim como as actividades/estratégias a desenvolver;
ü Cronograma de objectivos específicos;
ü Considerações finais.
2 – HIPERTENSÃO ARTERIAL
Em Portugal, existem cerca de dois milhões de hipertensos, dos quais 49,5% são homens e 38,9% nas mulheres. No entanto mais de metade não sabem que são hipertensos e, dos que conheciam a sua situação, 39% estão a ser tratados, contudo apenas 11% apresentam-se controlados (CARVALHO, 2008).
A Região Centro do país é a vice-campeã da prevalência do maior número de casos de hipertensão, apresentando uma taxa de 45,5 de doentes hipertensos (RODRIGUES,2008).
A hipertensão é uma doença incurável e insidiosa que inicialmente não apresenta sintomas, sendo que valores elevados de pressão arterial constituem o único sinal possível de detectar (CARRAGETA, 2002).
Hipertensão arterial é uma síndrome clínica caracterizada pela elevação da pressão arterial a níveis iguais ou superiores a 140 mm Hg de pressão sistólica e/ ou 90 mm Hg de diastólica — em pelo menos duas avaliações subseqüentes — obtidas em dias diferentes, ou em condições de repouso e ambiente tranquilo (SILVA e SOUZA, 2004).
Frequentemente apenas um dos valores surge alterado. Quando os valores da pressão arterial sistólica estão elevados, diz-se que o doente sofre de hipertensão arterial sistólica, quando apenas os valores da pressão arterial diastólica encontram-se elevados, o doente sofre de hipertensão arterial diastólica sendo que a primeira é mais frequente em idades avançadas (PORTAL DA SAÚDE, 2006).
A hipertensão é consequência muitas vezes da interacção de vários factores (metabólicos e não metabólicos). Relativamente aos não metabólicos, estes foram surgindo com as modificações do estilo de vida do Homem moderno (AMADO e ARRUDA, 2003).
2.1- FACTORES DE RISCO
Os hábitos e comportamentos auto-determinados, adquiridos social ou culturalmente, de modo individual ou em grupo integrantes do estilo de vida e identificáveis neste mesmo estilo, constituem factores de risco para o desenvolvimento de HTA, sendo que quanto maior o número de factores de risco a que o indivíduo estiver exposto, maior risco de tornar-se hipertenso (SILVA e SOUZA, 2004).
São considerados como factores de risco associados à hipertensão:
· Hereditariedade
Os níveis de pressão arterial estão correlacionados entre os membros da família, portanto a possibilidade de um indivíduo ter hipertensão é estatisticamente superior se existir história familiar de HTA (AMADO e ARRUDA, 2003).
O facto é atribuído à herança genética comum, ambiente compartilhado ou estilo de vida, sendo assim indivíduos que tenham parentes próximos hipertensos poderão sofrer de HTA (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Idade
Estudos revelam que a prevalência de HTA é maior quanto mais elevada for a faixa etária. No entanto esta pode estar dependente de outros factores (AMADO e ARRUDA, 2003).
O homem, até os 50 anos tem um risco de três vezes maior que a mulher da mesma idade, essa diferença diminui após a menopausa (AMADO e ARRUDA, 2003).
Com o avançar da idade, há uma redução da complacência dos grandes vasos, endurecimento das artérias, e diminuição da elasticidade entre outros aspectos fisiopatológicos, que comprometem uma boa função cardíaca (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Etnia
Estudos realizados comprovam que os indivíduos de raça negra apresentam uma prevalência de hipertensão duas vezes superior aos caucasianos (AMADO e ARRUDA, 2003).
Os indivíduos de raça negra apresentam frequentemente comprometimento em órgãos-alvo, maiores níveis de vasopressina plasmática e declínio na resposta renal tornando este grupo étnico um grupo predisposto á HTA (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Sexo
Os homens têm maior prevalência de hipertensão do que as mulheres (33% e 27% respectivamente) (AMADO e ARRUDA, 2003).
Até à menopausa, as mulheres são hemodinamicamente mais jovens do que os homens da mesma idade e, desta forma, menos vulneráveis à HTA e às doenças crónico-degenerativas (AMADO e ARRUDA, 2003).
Contudo, após a menopausa, as mulheres passam a apresentar maior prevalência do que os homens, isto deve-se possivelmente ao aumento de peso e às alterações hormonais (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Tabagismo
O efeito do tabaco é bastante destrutivo sobre o sistema cardiovascular, constituindo assim um importante factor de risco, sendo que indivíduos hipertensos que também são fumadores, apresentam um risco de morte muito mais alto (AMADO e ARRUDA, 2003).
Existem indícios de que o consumo de cafeína associado ao tabaco promove a elevação, porém reversível da pressão arterial (AMADO e ARRUDA, 2003).
O tabagismo colabora ainda para o efeito adverso da terapêutica de redução dos lípidos séricos, diminuindo o colesterol HDL proporcionando um aumento da pressão arterial (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Alcoolismo
O excessivo consumo de álcool constitui um dos factores de risco da HTA, pois a ingestão superior a 30ml de álcool por dia pode aumentar a PAS (5 a 6mmHg) e a PAD (2 a 4 mmHg) duplicando a probabilidade do indivíduo se tornar hipertenso em relação àquele que não consome álcool (AMADO e ARRUDA, 2003).
O efeito hipotensor real, determinado pela reduzida ingestão de bebidas alcoólicas, ainda não está claro, razão porque estudos apontam que se deve orientar o consumo moderado de bebidas, apenas como medida de controlo da pressão arterial (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Dislipidemias
As dislipidemias e HTA estão intimamente associadas (AMADO e ARRUDA, 2003).
O colesterol sérico atinge o seu valor máximo nos homens entre 50 e 59 anos e nas mulheres entre 60 e 69 anos de idade (AMADO e ARRUDA, 2003).
Os triglicerídeos séricos tendem a aumentar com o decorrer da idade, reflectindo a incapacidade do idoso eliminar a gordura do sangue (AMADO e ARRUDA, 2003).
Vários teóricos atribuem aos lipídios dietéticos como factor de risco considerável na incidência da HTA, pois provoca um aumento plasmático de colesterol total (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Diabetes mellitus
As várias alterações metabólicas e hormonais, dentre as quais se destaca a resistência à insulina, predispõem ao aumento dos níveis de glicemia e à hiperinsulinemia. A hiperinsulinemia favorece o aumento de peso e agrava a resistência insulínica. Desta forma, a resistência à insulina e a hiperinsulinemia têm sido consideradas o elo entre HTA, obesidade e diabetes (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Obesidade
A obesidade constitui provavelmente o maior factor de risco para o desenvolvimento de HTA (AMADO e ARRUDA, 2003).
Segundo a OMS, é considerado obeso o indivíduo que apresenta IMC = 30 kg/m2 (AMADO e ARRUDA, 2003).
O excesso de peso apresenta tendência crescente nas últimas décadas, resistência à insulina, a dislipidemia e a HTA (AMADO e ARRUDA, 2003).
· Sedentarismo
Actualmente vive-se num ambiente onde prolifera o sedentarismo. O desenvolvimento tecnológico trouxe os carros, elevadores, comandos á distância, que pouparam á sociedade esforços físicos necessários para manter a pessoas saudáveis (PORTAL DO CORAÇÃO, 2008).
A ausência de actividade física aliada a uma alimentação hipercalórica, favorece o aumento de colesterol e consequentemente a HTA (FELICIANO, CARRAGETA e SILVA, 2008).
- Alimentação hipersalina
Desta forma o aumento da ingestão de sal leva á retenção de líquidos e consequentemente à HTA (PORTAL DO CORAÇÃO, 2008).
Hoje sabe-se que a adopção de um estilo de vida saudável pode prevenir, pelo menos em parte, o aparecimento de HTA. Por outro lado, sabe-se que existe um enorme potencial para reduzir a incidência de doença e de morte cardiovascular se a HTA for detectada precocemente e controlada adequadamente (CARRAGETA, 2002).
2.2- SINTOMAS
Regra geral, nos primeiros anos, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas, à excepção de valores tensionais elevados, os quais se detectam através da medição da pressão arterial (PORTAL DA SAUDE, 2006).
Em alguns casos, a hipertensão arterial pode, contudo, manifestar-se através de sinais como a ocorrência de cefaleias, tonturas, fadiga, náuseas, vómitos, dispneia. (PORTAL DA SAUDE, 2006).
Com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais (o cérebro, o coração e os rins), provocando sintomas e sinais de alerta vários (PORTAL DA SAUDE, 2006).
2.3 - CONSEQUÊNCIAS
Segundo CaRRAGETA, 2002 as principais doenças associadas à HTA, e por ela causadas, são:
· acidente vascular cerebral;
· cardiopatia isquémica, incluindo angina de peito, o enfarte do miocárdio e a morte súbita;
· insuficiência cardíaca;
· aneurisma dissecante da aorta;
· insuficiência renal.
Além destas, podem ainda contribuir para a aterosclerose (com ajuda da diabetes, do tabaco, do colesterol), perda gradual da visão e uremia (PÁDUA, 1998 citado por RIBEIRO, 1998).
Esta doença pode levar a graves lesões dos órgãos vitais, tais como:
- Diminuição gradual da função do órgão, devido a um fornecimento insuficiente de sangue. Esta diminuição ou perda da função pode ser rápida e maciça quando um vaso estreitado se fecha completamente, se rompe ou é obstruído por um coágulo, interrompendo totalmente o fornecimento de sangue ao órgão. A consequência pode ser um enfarte do miocárdio, um acidente vascular cerebral, ou gangrena do pé, de acordo com o território afectado (CARRAGETA, 2002).
- A parte arterial enfraquecida pela pressão arterial elevada pode ceder e dilatar-se, formando pequenos balões, chamados de aneurismas, muito vulneráveis a uma rotura. Se isto acontecer, na artéria aorta ou numa artéria do cérebro, ocorrerá uma crise cardiovascular, que põe em risco a vida do indivíduo (CARRAGETA, 2002).
- A HTA obriga o coração a trabalhar mais para bombear o sangue através dos vasos. Este maior esforço leva o coração a hipertrofiar-se e, finalmente, a dilatar-se. Como consequência pode surgir insuficiência cardíaca (quando o coração já não consegue bombear sangue suficiente para satisfazer as necessidades do organismo). Por outro lado, o fluxo de sangue ao músculo cardíaco pode tornar-se insuficiente surgindo angina de peito (CARRAGETA, 2002).
2.4 – PREVENÇÃO
Embora a hipertensão seja uma doença controlável, ainda existem cerca de 40% de hipertensos na população portuguesa, cerca de 2/3 dos hipertensos não sabem que o são e, dos que estão tratados e medicados, só 11% estão realmente controlados (CARVALHO, 2008).
Na população hipertensa em geral, o objectivo será a redução da TA para valores inferiores a 140/90 mmHg (MIGUEL, 2004).
Nos doentes hipertensos diabéticos ou com doença renal, pretende-se uma redução da TA para valores <130/80 mmHg. Em doentes com insuficiência renal e proteinúria >1 g/dia a finalidade consiste na redução da TA para valores < 125/75 mmHg (MIGUEL, 2004).
Contudo, dever-se-á ter em conta que a exequibilidade de se alcançarem estes valores desejáveis, deverá ser adaptada a cada caso individual e que a redução da TAS <140 mmHg pode ser difícil de obter em alguns casos, particularmente em pessoas idosas (MIGUEL, 2004).
Não há uma cura para a hipertensão arterial. Contudo, apesar de ser uma doença crónica, na maioria dos casos é controlável através da adopção de atitudes de prevenção (PORTAL DA SAÚDE, 2006).
A adopção de um estilo de vida saudável proporciona geralmente uma descida significativa da pressão arterial, que pode ser suficiente para baixar até valores tensionais normais.
Deve-se então actuar nos factores de risco modificáveis, nomeadamente:
- Reduzir o consumo de sal
- Diminuir o excesso de peso
· Adopção da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hipertension)
A adopção de hábitos alimentares saudáveis é importante para baixar a tensão arterial. Em 1997, alguns cientistas revelaram que a denominada dieta DASH, é bastante eficaz para a redução da HTA (SACKS et al , 2001).
Essa dieta recomenda o consumo elevado de frutas, legumes, grãos integrais, peixe, aves e gordura monoinsaturada, tendo como objectivo um consumo adequado de magnésio, potássio, cálcio, proteínas e fibras. Porém, é necessária uma redução na ingestão de gordura saturada, colesterol, carne vermelha, doces, bebidas que contenham açúcar e o consumo moderado de álcool e redução do sal (SACKS et al , 2001).
Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos da América (EUA), este tipo de alimentação proporciona a redução, em média, da tensão arterial sistólica nas pessoas com hipertensão de cerca de 11,5 mmHg (SACKS et al, 2001).
Dada a grande eficácia da dieta DASH, esta é recomendada nos EUA (SACKS et al , 2001).
- Reduzir o consumo de álcool
- Exercício físico
- Cessação do hábito de fumar, que é, sobretudo, importante numa perspectiva de redução global do risco cardiovascular (MIGUEL, 2004), não esquecendo o fumar passivo (NUNES et al, 2002).
Segundo NUNES et al, 2002, além destas, outros hábitos também podem ser adoptados:
- Evitar situações de stress prolongado;
- Avaliar a tensão arterial, pelo menos uma vez por ano (ou mais, se houver história familiar de HTA ou outras complicações cardiovasculares) e recorrer ao médico se ela subir;
- As mulheres que tomam anticoncepcionais orais devem ter uma vigilância “mais apertada” substituindo o método, se os valores tensionais começarem a subir;
- Analisar regularmente os níveis de colesterol, triglicéridos e glicémia;
Estas medidas, se suficientemente duradouras, poderão permitir, consoante os indivíduos, reduções da TA de 5 a 20 mmHg e redução do risco cardiovascular global. Por outro lado evita-se recorrer ao uso de terapêutica (MIGUEL, 2004).
Quando a prevenção/medidas não farmacológicas forem insuficientes teremos de recorrer aos fármacos (CANOTILHO, 2003). A decisão de iniciar o tratamento anti-hipertensor baseia-se em dois critérios: valor da tensão arterial sistólica e diastólica e risco cardiovascular global (MIGUEL, 2004).
No entanto há que ter presente que os fármacos não curam a HTA, somente a controlam. Por isso, uma vez iniciado, o tratamento medicamentoso deverá em princípio ser continuado e mantido por toda a vida que ele próprio tanto ajuda a prolongar. Deve, todavia, acrescentar-se que o cumprimento das medidas não farmacológicas de controlo da pressão arterial permite seguramente reduzir as doses e permite eventualmente, em percentagem significativa de doentes, com hipertensão moderada, interromper o uso de medicamentos (CANOTILHO, 2003).
Os objectivos da terapêutica farmacológica são controlar a pressão arterial com o menor número e a menor dose de fármacos. Menos medicamentos significa menos efeitos secundários e menos despesa para o doente. Nunca é demais salientar que idealmente os fármacos deverão normalizar a pressão arterial, sem provocar quaisquer efeitos acessórios (CANOTILHO, 2003).
Finalmente, não esquecer que nem todos os doentes reagem da mesma maneira aos diferentes fármacos anti-hipertensos. Um mesmo fármaco, que controla facilmente um doente, pode causar efeitos secundários intoleráveis noutro. No entanto, dispomos hoje em dia de um arsenal terapêutico em constante progresso que, quando judiciosamente utilizado, permite controlar a hipertensão na esmagadora maioria dos casos, sem interferir com o bem-estar do doente (CANOTILHO, 2003).
Os diuréticos tiazídicos são, com frequência, o primeiro fármaco que se administra para tratar a hipertensão. Os diuréticos ajudam os rins a eliminar sal e água e diminuem o volume de líquidos em todo o organismo, reduzindo desse modo a pressão arterial (CUNHA, 2008).
Os bloqueadores adrenérgicos (um grupo de fármacos que incluem os bloqueadores alfa, os betabloqueadores e o bloqueador alfa-beta labetalol) bloqueiam os efeitos do sistema nervoso simpático, o sistema que responde rapidamente ao stress aumentando a pressão arterial. Os bloqueadores adrenérgicos mais utilizados, os betabloqueadores, são especialmente úteis nos indivíduos de etnia branca, nas pessoas jovens e nas que sofreram um enfarte de miocárdio ou que têm ritmos cardíacos acelerados, angina de peito ou enxaqueca (MANUAL MERCK, 2008).
3 – OBJECTIVOS GERAIS
Os objectivos gerais orientam a nossa prática relativamente aos cuidados de enfermagem, tal como o nosso desempenho como futuros profissionais de saúde.
Assim os nossos objectivos para o projecto “Hipertensão Arterial” na Instituição de Saúde (IS) são os seguintes:
· Sensibilizar a população da IS em geral sobre a HTA;
· Promover a mudança de hábitos de vida da população em questão;
· Identificar estratégias de prevenção/combate á HTA para atingir os objectivos propostos;
· Planear as actividades enfermagem, e implementa-las de forma científica e avaliar o desenvolvimento das mesmas.
4 - OBJECTIVOS ESPECÍFICOS/ ESTRATÉGIAS A DESENVOLVER
A estruturação de objectivos a atingir é imprescindível para a delineação de uma linha conducente a um bom resultado na prática de enfermagem e facilita a posterior avaliação do trabalho desenvolvido.
Desta forma, apresentamos os objectivos específicos e respectivas estratégias para os atingir:
1. Conhecer a patologia, sinais, sintomas e tratamento
· Elaboração de uma fundamentação teórica relativa à HTA que ficará igualmente como guia de consulta para os profissionais de saúde na IS.
2. Conhecer os hipertensos/indivíduos com factores de risco para a HTA da região de Viseu
· Sensibilização desta população para a importância da adopção de determinados estilos de vida;
· Fornecimento de informação acerca dos hábitos alimentares saudáveis na prevenção da hipertensão arterial, através da realização de cartazes/ panfletos;
· Alerta á população para a importância de consultar os rótulos do conteúdo nutricional das embalagens, antes de adquirirem o produto;
· Realização de um spot publicitário para ser passado na rádio local referente a esta epidemia que é a HTA.
3. Identificar os hipertensos da IS
· Caracterização dos utentes que frequentam a consulta de HTA na IS;
· Realização de um guia de identificação do hipertenso, com esclarecimento de dúvidas relativamente a esta patologia através de enquadramento teórico em que irão ser anotados todos os parâmetros biométricos em cada consulta de HTA.
4. Uniformizar os ensinos realizados nas diferentes consultas
· Execução de um guia de enquadramento teórico acerca da HTA;
· Desenvolvimento de um guia com os ensinos a realizar em cada consulta, que ficará disponível em cada gabinete de enfermagem de HTA.
5. Executar os ensinos programados
· Aplicação prática do guia de ensinos.
6. Dinamizar as salas de espera com informação alusiva ao tema
· Disponibilização á população utilizadora dos serviços da IS de informação audiovisual relativa ao tema (passagem de um filme alusivo à temática na sala de espera);
· Exposição de elementos alusivos ao tema na sala de espera da IS (cartazes,…).
5- Cronograma de objectivos específicos do PROJECTO “Um coração mais saudável na cidade de Viseu”
PROJECTO “Um coração mais saudável na cidade de Viseu”
Semanas Objectivos específicos | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |
Conhecer a patologia –HTA (realizado anteriormente no ensino clínico VII) | ||||||||
Conhecer os hipertensos da região de Viseu | ||||||||
Identificar os hipertensos da IS | ||||||||
Uniformizar os ensinos realizados nas diferentes consultas – realização do guia | ||||||||
Execução dos ensinos do guia | ||||||||
Dinamizar as salas de espera com informação alusiva ao tema |
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A HTA é um assunto pertinente que está constantemente em evolução em termos de factores de risco relacionados, tal como no tratamento associado.
A elaboração deste projecto permitiu-nos elucidar sobre a importância do mesmo enquanto elemento fundamental para um conhecimento aprofundado sobre o tema em questão, pois proporciona uma organização mais sistemática dos objectivos e actividades que nos propomos a desenvolver para os atingir, no âmbito da “Hipertensão Arterial”, constituindo desta forma um guia orientador para o ensino clínico.
Além disso, a realização deste projecto tem como maior objectivo a planificação das actividades que irão ser executadas no ensino clínico com vista a melhorar a consulta de enfermagem de HTA, tal como a prestação de cuidados e igualmente contribuir para uma melhoria da qualidade de vida dos doentes com esta patologia que tem sido uma das “epidemias” deste século.
BIBLIOGRAFIA
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- RODRIGUES, Ana Filipa. Maior prevalência de hipertensos na cidade de Viseu. [em linha]. [ Consult. 22 Agosto 2008]. Disponível em: http://www.jornaldocentro.pt/?lop=conteudo&op=dc912a253d1e9ba40e2c597ed2376640&id=5eac0347e226308d6c55e79d4d4e6eb0&drops.
- SACKS,Frank M.; SVETKEY, Laura P.;VOLLMER, William M.; APPEL, Lawrence J.; BRAY,George A.; HARSHA, David ; OBARZANEK, Eva; CONLIN,Paul R.; MILLER, Edgar R.; SIMONS-MORTON, Denise G.; KARANJA, Njeri; LIN, Pao-Hwa. - Effects on Blood Pressure of Reduced Dietary Sodium and the Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) Diet. [Em linha]. Vol. 344:3-10. Nº 1. January 4, 2001. Disponivel em : http:// content.nejm.org/cgi/content/short/344/1/3?query=prevarrow
- SILVA, Jorge Luiz Lima da; SOUZA, Solange Lourdes de - Factores de risco para a hipertensão arterial sistémica versus estilo de visa docente. [Em linha]. Revista Eletrônica de Enfermagem. Vol. 6, nº 3, 2004. [Consult. em 13 de Junho 2008]. Disponível em www:URL:http://www.fen.ufg.br/.
- SILVEIRA, Luciana - Revista Brasileira Hipertensão [Em linha]. Vol.14, nº 2, 2007. p.118-120. [Consult. 20 Junho 2008]. Disponível em: http://www.departamentos.cardiol.br/dha/revista/14-2/13-avaliacaodf
ANEXO I
Tabela de componentes da dieta DASH
Food group | Servings | Serving sizes |
Whole grains | 6 to 8 a day | 1 slice bread 1 ounce (oz.) dry cereal 1/2 cup cooked rice, pasta or cereal |
Fruits and vegetables | 8 to 10 a day | 1 cup raw leafy vegetables 1/2 cup fruit or low-sodium vegetable juice 1 medium piece of fruit 1/2 cup fresh, frozen or canned fruit |
Fat-free or low-fat dairy | 2 to 3 a day | 1 cup milk or yogurt 1 1/2 oz. cheese |
Lean meats, poultry and fish | 6 or fewer a day | 1 oz. cooked meats, poultry or fish (3 oz. of meat is about the size of a deck of cards) |
Nuts, seeds and beans | 4 to 5 a week | 1/3 cup nuts 2 tablespoons (tbsp.) peanut butter 2 tbsp. unsalted sunflower or pumpkin seeds 1/2 cup cooked dry beans or peas |
Fats and oils | 2 to 3 a day | 1 teaspoon (tsp.) soft margarine 1 tsp. vegetable oil 1 tbsp. mayonnaise 2 tbsp. salad dressing |
Sweets | 5 or fewer a week | 1 tbsp. sugar 1 tbsp. jelly or jam 1/2 cup sorbet, gelatin 1 cup lemonade |
Sodium | 1,500 to 2,400 milligrams (mg) a day (the lower the amount of sodium, the greater the blood pressure lowering effect) | 1,500 mg of sodium equals about 4 grams, or 2/3 tsp., of table salt |
ANEXO II
Hipertensos no distrito de Viseu em 2006
Hipertensos no distrito de Viseu em 2006 | ||
Centros de Saúde | nº de hipertensos diagnosticados | nº de hipertensos controlados |
Armamar | 747 | 524 |
Carregal do Sal | 1731 | 1314 |
Castro Daire | 2655 | 1548 |
Cinfães | 2136 | 1417 |
Lamego | 3657 | 2425 |
Mangualde | 1172 | 1108 |
Moimenta da Beira | 1626 | 1076 |
Mortágua | 2078 | 1614 |
Nelas | (não enviou os dados) | (não enviou os dados) |
Oliveira de Frades | 1137 | 845 |
Penalva do Castelo | (não enviou os dados) | (não enviou os dados) |
Penedono | 561 | 364 |
Resende | 505 | 276 |
Santa Comba Dão | 1917 | 1788 |
S. João da Pesqueira | 785 | 679 |
S. Pedro do Sul | 1171 | 886 |
Sátão | (não enviou os dados) | (não enviou os dados) |
Sernancelhe | 588 | 401 |
Tabuaço | 624 | 454 |
Tarouca | (não enviou os dados) | (não enviou os dados) |
Tondela | 1926 | 1655 |
Vila Nova de Paiva | 107 | 107 |
Viseu - 1 | 2411 | 1711 |
Viseu - 2 | 3719 | 3168 |
Viseu - 3 | 2023 | 1308 |
Vouzela | 2133 | 1482 |
Totais | 35409 | 26150 |