O Manual é um Guia metodológico e prático dos formadores e formandos em Higiene e Segurança no Trabalho.
Objectivos formar representantes dos trabalhadores para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, em conformidade com o Artº 10º do Decreto- Lei nº 441/ 91, 14 de Novembro que Estabelece o regime jurídico do enquadramento da segurança, higiene e saúde no trabalho.
http://www.dgap.gov.pt/7sst/legis/dl-441_91.htm
Aprova o regime jurídico do enquadramento da segurança, higiene e saúde no trabalho.
Permite-se a criação de comissões de higiene e de segurança no trabalho, atribuem-se competências de fiscalização do cumprimento da legislação relativa a segurança, higiene e saúde no trabalho, entre outras entidades, à Inspecção-Geral do Trabalho, e disciplinam-se os processos de licenciamento e autorização de laboração.
O DL nº 133/99, de 21 de Abril, alterou os artigos 8º, 9º, 13º, 15º e 21º do DL nº 441/91, e aditou o artigo 9ºA ao presente diploma.
1.2 – FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS
1.2.1 – CONCEITO DE TRABALHO
Como estamos a tratar de higiene e segurança no trabalho este conceito tem que ser definido tem que ser definido .
O Trabalho é definido de várias maneiras dependendo da abordagem que fizermos:
- A ergonomia define trabalho como a transformação de energia e o processamento de informação necessários para a concretização de uma tarefa pelo Homem.
- A economia, o Trabalho é um factor de produção para a fabricação de bens ou para a prestação de serviços.
- Na perspectiva do Trabalhador, o Trabalho consiste na actividade para o cumprimento de uma tarefa
O conceito de Trabalho que se ajusta melhor, segundo o autor, a uma abordagem exaustiva de todos os seus componentes é o do Estudo do Trabalho
- Estudo do Trabalho É o cumprimento de tarefas dentro de um Sistema de acção conjunta do Homem com os Meios de Produção sobre o Objecto de Trabalho.
1.3 - METODOLOGIA DE ESTUDO DA H.S.T.
Pretende-se fornecer conhecimentos que possibilitem aos trabalhadores a aplicação de medidas concretas capazes de, através da eliminação ou da limitação dos riscos de trabalho, prevenirem os acidentes ou as doenças que resultem da actividade laboral.
Os 6 passos, ou etapas, da metodologia, são os seguintes:
1 – Descrição do Trabalho
2 – Análise de Requisitos de Trabalho – ERGONOMIA;
3 – Identificação dos Riscos de Trabalho;
4 – Avaliação dos Riscos de Trabalho
5 – Acções de Prevenção;
6 – Implementação e Avaliação das Acções de Prevenção.
MODULO 2 – DESCRIÇÃO DO TRABALHO, DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO
2.1 – DESCRIÇÃO DO TRABALHO
Descrever o trabalho consiste na identificação e caracterização dos 7 elementos que compõe o SISTEMA DE TRABALHO e das influências a que o sistema está sujeito.
2.1.1 – SISTEMA DE TRABALHO (S.T.)
Sistema de Trabalho (ST) é um conjunto de elementos em que o Homem e meios de trabalho actuam, através de um processo, sobre as entradas, originando saídas, sob influências do meio-ambiente para a execução de uma determinada tarefa.
Quando no Sistema de Trabalho só existe um Homem chamamos Trabalho Individual.
Quando no Sistema de Trabalho existe mais do que um Homem com um processo comum chamamos Trabalho em Grupo ou em Equipa.
Vamos falar agora nos conceitos ligados com os 7 elementos do SISTEMA DE TRABALHO
2.1.1.1 – A TAREFA
Tarefa – é uma solicitação dirigida ao Homem para a execução de funções, a fim de se atingirem determinados objectivos
Deve representar claramente o Objectivo do SISTEMA DE TRABALHO
Exemplo: Cuidar dos doentes; algaliar um doente; lavrar a terra, etc...
2.1.1.2 – AS ENTRADAS
Entradas: são os objectos, produtos, informações, energia ou pessoas que serão modificadas ou usadas quanto à sua condição, forma ou posição.
As entradas são designadas normalmente por “inputs”. Podem ser matérias primas, ordens de serviço, pessoas/clientes, doentes,etc...
São chamados OBJECTOS de TRABALHO
As entradas dão sempre origem a saídas após serem transformadas
2.1.1.3 – AS SAÌDAS
As Saídas são os objectos, produtos, informações ou pessoas que durante a realização da tarefa foram modificados ou usados.
São designadas por “outputs” e são os resultados das tarefas
2.1.1.4 – O HOMEM
O Homem: é o elemento principal do ST, é quem dirige e actua em conjunto com os meios de produção sobre as entradas para a concretização da tarefa
2.1.1.5 – OS MEIOS DE TRABALHO
Meios de Trabalho: são aparelhos, máquinas ou equipamentos que actuam, dirigidos pelo Homem e em conjunto com ele, sobre as entradas para a concretização da tarefa
Meios de Trabalho são o conjunto dos meios de produção e dos meios auxiliares de produção (ferramenta).
2.1.1.6 – O PROCESSO DE TRABALHO
Processo de Trabalho – consiste na interacção entre o Homem e os meios de Trabalho com vista à concretização de uma tarefa.
É descrever o processo de trabalho de uma forma detalhada, pormenorizada e cronológica de todas as operações contidas na interacção ou acção entre o Homem e os meios de trabalho
2.1.1.6 – AS INFLUÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE
Influência do meio ambiente – são todos os factores de ordem física, psicológica, organizacional e social que condicionam o desempenho de tarefas pelo Homem num determinado ST:
Podem ser de dois tipos:
- Físicas: temperatura, ruído, posições corporais, iluminação, poeiras, radiações, etc.
- Psico-sociais: remuneração, ambiente de trabalho, relações interpessoais e interprofissionais, horários, etc.
2.2 – DESCRIÇÂO DAS CONDIÇÔES DE TRABALHO
Condições de trabalho pode definir-se como a totalidade das características dos 7 elementos do SISTEMA de Trabalho, assim como todas as influências técnicas, económicas, organizacionais e ambientais às quais o sistema está sujeito.
MODULO 3 – ANÁLISE DE REQUISITOS DE TRABALHO. NOÇÕES BÁSICAS DE ERGONOMIA
3.1 – ANÁLISE DE REQUISITOS DE TRABALHO
REQUISITOS DE TRABALHO são o conjunto de exigências que se colocam ao Homem no Sistema de Trabalho
No Contexto da HST consiste na determinação e, sempre que possível, na quantificação das exigências que são colocadas ao Homem no Sistema de Trabalho.
Os Requisitos agrupam-se em Tipos
- Conhecimento, englobando os saberes e a experiência;- Habilidade, contendo a habilidade manual e a agilidade corporal;
- Responsabilidade
- Esforço muscular;
- Esforço Mental
3.1.1 - Requisitos ligados ao Conhecimento
Agrupam-se em:- capacidade intelectual resultado da formação e da experiência;
- capacidade de raciocínio – necessário ao cumprimento de determinada tarefa.
3.1.2 - Requisitos ligados à habilidade
Compreendem a habilidade manual e a agilidade corporal necessária para o cumprimento de uma determinada tarefa.
3.1.3 - Requisitos ligados à Responsabilidade
Estão ligados à atitude de seriedade e de confiabilidade necessárias ao correcto cumprimento da tarefa, levando em consideração a sua segurança e a de terceiros.
Identificam-se três requisitos relacionados com a responsabilidade:
- Em relação ao próprio trabalho
- Em relação ao trabalho de terceiros
- Em relação à segurança de terceiros
3.1.4 - Requisitos ligados ao Esforço Muscular
Adequação das capacidades musculares que o trabalhador deverá possuir para o cumprimento de determinada tarefa.
Classificam-se em 3 grupos:
- Esforço muscular estático- em que um grupo de músculos está sujeito a uma contracção prolongada e continuada. EX furar com um berbequim acima da linha dos ombros.
- Esforço muscular dinâmico – contracções e distensões musculares de forma regular.
- Esforço muscular unilateral – em que actuam um número limitado de músculos de uma forma dinâmica e com demasiada frequência de contracções. EX digitar dados em computador
-
3.1.5 - Requisitos ligados ao Esforço Mental
Diz-se que há esforço mental quando o trabalhador está sujeito a uma carga relacionada com a observação ou o controlo de processos de trabalho, ou ainda com a realização de uma actividade mental em sentido restrito. Ex interpretação de desenhos técnicos, etc.
3.1.4 - Requisitos ligados às Influências do Meio-Ambiente
Ligados às influências ambientais que podem condicionar, ou mesmo impedir, a execução de determinada tarefa.
- Temperatura
- Humidade
- Ruído
- Vibrações
- Luminosidade
- Poeiras
- Radiações
- Altitude
- Velocidade do ar, etc
3.2 – NOÇÕES BÁSICAS DE ERGONOMIA
Para a determinação a determinação de requisitos de trabalho é necessário ter noções básicas de Ergonomia
ERGONOMIA – é a disciplina que utilizando conhecimentos de Anatomia, Psicologia e Sociologia, fornece métodos para a determinação dos limites que podem ser atingidos na realização do trabalho humano, com o objectivo de adaptar o trabalho ao Homem.
A Adaptação do Trabalho ao Homem está relacionada com a conformação de todas as condições de trabalho, isto é com a melhoria permanente e metódica de todas as características dos elementos do SISTEMA de TRABALHO e dos postos de trabalho
Exemplos:
- Adequação dos Meios de Produção
- Espaço de trabalho
- Esforço muscular aplicado
- Nível de intensidade e tipo de luz utilizada no local de trabalho
- Nível de intensidade sonora e de vibrações mecânicas
- Condições climáticas
- Organização do Trabalho – tempos de trabalho, horários, definição de pausas, etc.
A Intervenção sobre o Homem no trabalho tem a ver com o grau de formação e treino ministrado aos trabalhadores, a sua adequação ao posto de trabalho em função das suas capacidades, aptidões e familiarização para determinadas tarefas, sexo, idade.
3.2.1 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO TRABALHO
A ERGONOMIA avalia o trabalho segundo 4 critérios
§ EXEQUIBILIDADE – avaliação a curto prazo dos dados que limitam, de forma imediata, máximos e mínimos de certas condições de trabalho. EX. Espaço mínimo para trabalhar, máxima pressão com o pé, máximo peso que o trabalhador pode transportar.
§ SUPORTABILIDADE – parâmetros de médio e longo-prazos relacionadas com as condições de trabalho, analisadas na perspectiva da Fisiologia e da Medicina do Trabalho. EX Limite de duração do trabalho muscular, tempo de exposição a fontes de radiação de calor,etc.
§ ADIMSSIBILIDADE – O trabalho é avaliado na perspectiva sociológica e cultural- EX um trabalho não deve levar o trabalhador a ir contra as suas convicções culturais e religiosas
§ SATISFAÇÃO – Avalia o grau de satisfação que o trabalhador obtem no cumprimento das tarefas que realiza e todas as condicionantes de ordem psicológica que lhes estão associadas, partindo do pressuposto de que o trabalho deve dar satisfação a quem o realiza.
3.2.2 – PRINCÌPIO CARGA-ESFORÇO
CARGA NO TRABALHO – conjunto de todas as influencias negativas que incidem sobre o Homem no local de trabalho.
Ex: actividade muscular, actividade de atenção e de concentração, temperatura e humidade, problemas salariais, mau ambiente social na empresa, etc.
ESFORÇO – a resposta do Homem a qualquer carga que sobre ele incide
SOBRECARGA – muscular ou psíquica, para o trabalhador, sempre que o esforço que este tem de desenvolver está acima das suas capacidades
Esquema do percurso causa efeito que atinge o Homem quando trabalha:


![clip_image002[1] clip_image002[1]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhduWN_XwEjLbQxszR6M23rv305Kzvvn9bgk99kZ4vmzga31t9JXdRKoffAZlaTVe-CN7yWHrPC5bLVLjtyDJATSEiuLZAnd6kP2Wgb_lhhOhL7FPHW3j7hbM1ao2mtiKb4pq1tUASri2sc/?imgmax=800)
CARGA ESFORÇO FADIGA DESCANSO
FADIGA – é o resultado do esforço que deverá ser eliminado através do descanso adequado, sem que o Homem não poderá suportar novas cargas MODULO 4 – IDENTIFICAÇÂO DE RISCOS DE TRABALHO
4.1 – CONCEITO DE RISCO DE TRABALHOFACTORES DE RISCO - todas as situações, reais ou potenciais, susceptíveis a curto, médio ou longo prazo, causarem lesões aos trabalhadores ou à comunidade, em resultado do trabalho.
IDENTIFICAR FACTORES DE RISCO – consiste no despiste e na caracterização de todos os riscos ligados a cada um dos 7 elementos de um determinado Sistema de Trabalho
É um processo exaustivo de encontrar, ao nível da tarefa, das entradas, do Homem, dos meios de trabalho, do processo de trabalho, das saídas, das influências do meio-ambiente, e respectivas características (condições de trabalho), todas as situações consideradas riscos, em conformidade com a definição já feita.
4.2 – CATEGORIAS DE RISCOS DE TRABALHO
O despiste dos riscos dentro do SISTEMA DE TRABALHO caracterizam-se em 5 categorias:
- Ligados ao Micro – Clima de Trabalho
- Ligados aos Contaminantes do Ambiente
- Ligados à Sobrecarga Muscular
- Ligados à sobrecarga Psíquica
- Ligados aos factores de Insegurança
4.2.1 – Micro – Clima de Trabalho
Riscos ligados a:
- TEMPERATURA EFECTIVA:
. Temperatura do ar
. Humidade relativa do ar
.Velocidade do Ar
- Iluminação
. Tipo de luz
. Intensidade luminosa
. Uniformidade da iluminação
. Direcção da luz e efeito de sombra
. Distribuição e aproveitamento da luz
. Limites de ofuscamento
. Cor da luz
4.2.1 – CONTAMINANTES DO AMBIENTE
Há 3 tipos de contaminantes:
- Contaminantes Físicos – como o ruído, as vibrações mecânicas e as radiações de todos os tipos. Deve ser referido a sua intensidade e a duração da sua exposição.
- Contaminantes químicos – como as poeiras, os gases e todas as substancias químicas de risco.
- Contaminantes biológicos – como fungos, bactérias e vírus detectáveis no solo, na água e em suspensão no ar.
4.2.3 – SOBRECARGA MUSCULAR
3 Casos podem-se sobrepor
- Posturas incorrectas – com destaque para as seguintes:
. Excesso de trabalho em pé
. Falta de espaço para movimentação do corpo
. Exiguidade de espaço para os joelhos e pés, quando se executam tarefas sentado ou em pé
. Altura ou distância excessivas do trabalhador em relação ao plano de trabalho.
. Cadeiras e apoios para os pés incorrectos
. Falta de apoio para os braços em tarefas de precisão
- Movimentação de pesos excessivos- obrigam a um esforço muscular susceptível de provocar lesões ao trabalhador.
- Movimentos forçados – resultantes de força mal aplicada, intensidade exagerada e de duração excessiva
4.2.4 – SOBRECARGA PSÌQUICA
- Falta de Formação e de treino – o trabalhador não conhece suficientemente o processo de trabalho e é levado, por exigência de terceiros, a uma atitude de voluntarismo como forma de compensar a sua falta de capacidades, criando uma situação de risco quer para si quer para os outros trabalhadores
- Ritmos de trabalho excessivo – que não contemplam as necessárias pausas para descanso de forma que podem conduzir o trabalhador a formas de esgotamento, potenciadoras de situações de risco.
- Trabalho monótono e repetitivo – provoca inibições a nível da atenção e concentração, criando condições propícias para o acidente.
- Outros casos:
. Desmotivação para a tarefa
. Excesso de supervisão e controlo
. Não reconhecimento do trabalho individual
. Baixo salário
4.2.5 – FACORES DE INSEGURANÇA
· Ausência de medidas profilácticas de saúde – exames médicos regulares, rastreios específicos, vacinação e outros procedimentos preventivos ligados às doenças profissionais
· Ausência de meios de protecção colectivos – prevenção de riscos ligados a todos os trabalhadores. Ex. Sistema de detecção de incêndios.
· Ausência de meios de protecção individual específicos – adequados e tecnicamente aprovados, aquando da realização de determinadas tarefas. Ex. Capacetes para trabalhadores da construção civil
· Utilização de meios de trabalho inseguros – compreendendo meios de produção e de meios auxiliares de produção, não normalizados ou não indicados para a tarefa em causa, embora respeitando as normas técnicas, a sua utilização pode criar riscos de trabalho.
· Realização de tarefas em condições difíceis- trabalhar em grandes alturas ou em lugares herméticos, são só por si situações de risco
MÓDULO 5 – AVALIAÇÃO DE RISCOS DE TRABALHO
5.1 CONCEITO E OBJECTIVO DA AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DE RISCOS DO TRABALHO consiste na análise da importância dos riscos identificados, no contexto específico do Sistema de Trabalho em que foram detectados.
Os riscos de trabalho deverão ser avaliados com o OBJECTIVO de se tomarem decisões quanto às prioridades das acções de prevenção a desencadear.
5.2 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE TRABALHO
A avaliação dos riscos de trabalho devem ser efectuados tendo em vista 5 critérios:
§ Natureza e perigosidade
§ Localização
§ Trabalhadores afectados
§ Tempo de exposição
§ Intensidade
5.2.1 – NATUREZA E PERIGOSIDADE DOS RISCOS DE TRABALHO
Deve-se caracterizar os riscos quanto à qualidade ligando-os ao grau de perigo que representam para os trabalhadores ou para a comunidade.
5.2.2 – LOCALIZAÇÂO DOS RISCOS DE TRABALHO
Localizar o risco de trabalho consiste na determinação da amplitude, em termos de espaço físico, do risco em causa.
5.2.3 – TRABALHADORES AFECTADOS
Determinar com exactidão quais os trabalhadores e o seu número, assim como as outras pessoas, que estão sujeitos a cada risco identificado.
5.2.4 – TEMPO DE EXPOSIÇÂO
Deve-se avaliar o tempo durante o qual o trabalhador, ou trabalhadores, estão expostos a cada risco identificado.
5.2.5 – INTENSIDADE
Determinar a intensidade com que cada risco ocorre.
MÓDULO 6 – ACÇÕES DE PREVENÇÃO
6.1 – CONCEITO DE ACÇÕES DE PREVENÇÃO
Acções de Prevenção – são todas as medidas destinadas a evitar os acidentes de trabalho e as doenças profissionais
Consiste também na tomada de decisões quanto ás medidas a adoptar para:
§ Eliminar os riscos
§ Limitar os riscos
§ Limitar as consequências
6.1.1 – ELIMINAÇÂO DOS RISCOS DE TRABALHO
Elimina-se determinado risco de trabalho quando as acções de prevenção adoptadas reduzem a 0 zero a probabilidade de ocorrência de acidente ou de doença que esse risco pode ocasionar.
6.1.2 – LIMITAÇÂO DOS RISCOS DE TRABALHO
Sempre que não é possível eliminar o risco de trabalho dever-se-á limitá-lo, isto é reduzir a probabilidade da ocorrência de acidentes ou de doenças profissionais a ele ligadas.
6.1.3 – LIMITAÇÂO DAS CONSEQUÊNCIAS DOS RISCOS DE TRABALHO
Quando se limitam os riscos de trabalho é fundamental que também se limitem as suas consequências, isto é, que se atenuem, tanto quanto possível as lesões que eventualmente surjam em resultado dos acidentes ou doenças.
6.2 – TIPOS DE ACÇÕES (ou medidas) DE PREVENÇÂO
1. Directas
2. Indirectas
3. Informativas
6.2.1 – ACÇÕES DE PREVENÇÂO DIRECTAS
Acções de Prevenção Directas são as medidas construtivo-estruturais destinadas a prevenir os riscos de trabalho, tomadas logo na fase de projecto, isto é , antes do início da laboração.
Ex. Sistemas de detecção de incêndio, definição de percursos especiais de evacuação (portas, escadas, corredores); revestimento do chão e das paredes, etc.
6.2.1 – ACÇÕES DE PREVENÇÂO INDIRECTAS
2 tipos:
1. Protecção individualizada – óculos, máscaras, tampões auriculares, calçado, luvas,etc.
2. Protecção não individualizada – 3 sub-tipos:
- Protecção por fixação ao local – o trabalhador não pode estar na área de risco
- Protecção por interposição ou cobertura- de forma a que não seja possível que as partes do corpo em risco possam ser lesadas, especialmente as mãos e pés (bainhas de protecção de serras de corte)
- Protecção por reacção de aproximação – através de sensores a área de risco fica inacessível pelo trabalhador quando a aproximação é demasiada ( interruptores automáticos que desligam a máquina quando é ralizada alguma operação não prevista e que acarreta riscos)
6.2.3 . ACÇÔES DE PREVENÇÂO INFORMATIVAS
São dirigidas aos trabalhadores e a terceiros, com o objectivo de que tomem atitudes e comportamentos adequados face aos riscos a que estão expostos.
- Informativas propriamente ditas – cartazes com mensagens, figuras ou códigos avisadores de perigo; folhetos ou brochuras com recomendações de segurança, avisos sonoros ou visuais de perigo
- Formativas – cursos de formação profissional ligados à HST.
6.4 – CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÂO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÂO
Deve-se fazer nesta altura um planeamento sobre as medidas que previnam a ocorrência de acidentes de trabalho ou de doenças profissionais e devem ter em conta os seguintes critérios.
1 – Prioridade
2 – Eficácia
3 – Operacionalidade
4 – Económica
6.3.1 – CRITÈRIOS DE PRIORIDADE
As medidas ou acções de prevenção a implementar, em primeiro lugar, são as que contribuem para a segurança colectiva como o sistema de detecção e combate a incêndios, exaustores de fumos e poeiras, medidas profilácticas de saúde.
6.3.2 – CRITÈRIOS DE EFICÁCIA
Deve-se levar em conta a capacidade das medidas escolhidas, eliminar os riscos, limitar os riscos ou as suas consequências em caso de acidente.
A medida de prevenção é tanto mais eficaz quanto mais remota for a probabilidade de ocorrência de acidente ou de doença ligada a determinado risco. Esta tem que ser vista no imediato, a médio e longo prazo.
6.3.3 - CRITÈRIOS DE OPERACIONALIDADE
Qualquer medida de prevenção tem que ser o mais compreensível possível por parte de todos os trabalhadores. Deverão tomar-se medidas informativas ou formativas, de forma a minorar a complexidade da medida.
6.3.4 – CRITÈRIOS DE ECONOMIA
A aplicação das medidas de prevenção deverão ter em conta as eventuais limitações financeiras da empresa, sendo assim, os recursos a afectar serão em função da sua capacidade de investimento
MÓDULO 7 – IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃODAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO
7.1 – IMPLEMENTAÇÃO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO
Plano de prevenção – onde constem todas as acções a desenvolver na emprensa para a prevenção
1 – Caracterização e definição de objectivos
2 – Regras e Âmbito de aplicação
3 – Desenvolvimento temporal
7.1.1 – CARACTERIZAÇÃO E DEFINIÇÂO DE OBJECTVOS DAS ACÇÔES DE PREVENÇÃO
· Identificar a acção – colocação de um dispositivo sonoro de aviso
· Indicar qual o tipo de acção a implementar, quais os riscos que se pretendem prevenir e os objectivos a atingir – deve ser indicado quais os trabalhadores e sectores da empresa a abranger com as medidas de prevenção.
· Especificar tecnicamente a medida a aplicar – EX qual o tipo de som a produzir e a sua intensidade.
7.1.2 – REGRAS E ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Sempre que uma medida é planeada dever-se-á explicar as normas a seguir para a sua aplicação em duas perspectivas:
- Perspectiva técnica – ligada aos aspectos de funcionamento das soluções propostas.
- Perspectiva preventiva – ligada às atitudes e comportamentos que os trabalhadores que estão sujeitos aos riscos que se pretendem prevenir devem assumir após a aplicação da medida.
7.1.3 – DESENVOLVIMENTO TEMPORAL DO PLANO DE PREVENÇÂO
O Plano de prevenção deverá referir qual a sua duração bem como os prazos de implementação das medidas de prevenção nele consignadas.
- Medidas novas para prevenir riscos já antigos
- Medidas novas para prevenir riscos novos
- Medidas já tomadas e que devem ser melhoradas
7.2 – AVALIAÇÂO DAS ACÇÕES DE PREVENÇÃO
O Plano de Prevenção, todas as acções nele contidas e os objectivos previstos deverão ser periodicamente avaliados com vista à melhoria permanente das medidas de prevenção planeadas e diminuir de forma organizada os riscos de trabalho.
Devem-se anotar todas as ocorrências e não apenas de acidentes ou doenças.
A ocorrência a registar deve ficar caracterizada pelos seguintes elementos:
- Dia e Hora
- Local
- Descrição
- Origem
- Consequências