Mestrado de Sexologia
Fevereiro, 2007
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo o estudo da psicopatologia associada à Perturbação de Identidade de Género, nomeadamente o transsexualismo. Desta forma, foi efectuada uma revisão da literatura com o propósito de compreender este fenómeno e os factores que poderão estar relacionados com o profundo mal-estar sentido por este grupo de sujeitos.
Palavras-chave: Perturbação da Identidade de Género, Transsexualismo, Psicopatologia
ABSTRACT
The aim of present study is analise the presence of psychopathology associeted with gender Identity Disorder mainly Transsexualism.
We found that literature is not homogenous on their investigations about the presence of a severe psychopathology in the Transsexuals persons.
O comportamento sexual humano é bastante vasto e determinado por uma rede de factores provenientes de áreas tão distintas como a anatomia, a fisiologia, a bioquímica, a antropologia, a psicologia, não se podendo restringir a nenhum deles (Vieira, 2002). Segundo Nunes (2004) o funcionamento sexual é o resultado de uma série de aspectos tão diversos, como o próprio sistema sexual, a personalidade, a sociedade e a cultura em que o indivíduo está inserido, sendo o “Ser Sexual” o produto desta interacção. O sistema sexual é designado por um conjunto de dimensões de diferente natureza, que têm um desenvolvimento cronológico habitual geralmente harmonioso, mas susceptível de incongruências. Deste mesmo sistema fazem parte o sexo biológico, o sexo atribuído, a identidade de género, a fantasia sexual, a orientação sexual, o encontro sexuado, a auto-imagem sexual, o comportamento sexual e o acasalamento (Nunes, 2003).
O estabelecimento da identidade de género ocorre por volta dos dois a três anos de idade, no duplo aspecto de vivência sentida e do desempenho de um papel de acordo com os padrões de cada género. Não é problemática para a maioria dos indivíduos, no entanto poderá originar uma desarmonia entre o corpo sentido e o corpo biológico (Nunes, 2004). Uma dissonância neste estrato do sistema sexual, poderá originar uma perturbação da identidade de género.
A etiologia da perturbação da identidade de género ainda hoje não é conhecida, no entanto ao longo dos anos, varias têm vindo a ser as tentativas para melhor tentar compreender este fenómeno.
Sabe-se que a identidade de género é o sentimento de masculinidade” ou de “feminilidade” que a pessoa tem, mas que o ambiente sócio-cultural, a família a que se pertence e a própria aquisição de todo este novo mundo que o ser humano quando nasce começa a adquirir, vem influenciar o
comportamento. (Vieira, 2002; DSM-IV-TR, 2002; Walters, W., Ross, M., 1986).
Se há discordância entre os autores em alguns fenómenos relacionados com o transsexualismo, num aspecto todos eles concordam, na definição de transsexualismo, assim o grupo de pessoas que sofre desta perturbação de género tem como característica fundamental a existência de uma incongruência entre o sexo anatómico que se possui e o sexo que a pessoa intimamente se identifica. Esta perturbação é acompanhada por um profundo mal-estar e que geralmente começa a dar os primeiros sinais ainda na infância. (APA, 2000, DSM-IV-TR, 2002, Pechorro, P., Vieira, R., 2004, Walters, W., Ross, M., 1986).
A perturbação da identidade de género mais extrema, transsexualismo, pode ainda ser primário ou secundário: Considera-se primário, quando a disforia de género dá os primeiros sinais na infância, por volta dos 3 ou 4 anos de idade e mantém-se com a mesma intensidade de mal-estar e de “estar no corpo errado” até à fase adulta. Considera-se secundária, quando a incongruência entre sexos surge após a infância e a sensação de mal-estar ou de rejeição do corpo não é sempre sentida, havendo assim períodos da vida em que a pessoa consegue lidar bem com o corpo e com a mente. Normalmente a disforia de género secundária surge após algum acontecimento traumático, como a perda de um familiar, insatisfação com a vida ou insatisfação com o papel de masculinidade ou feminilidade que tem. (Walters, W., Ross, M., 1986). Nunes (2003), descreve o transsexualismo secundário como um quadro tardia, e em regra evolutivo de um travestismo ou de uma homossexualidade afemininada, incluindo-se também nesta situação a homossexualidade feminina, com características viris, que evoluem para o transsexualismo por adaptação.
Contudo os estudos efectuados demonstram que são mais frequentes os casos de disforia de género primário do que secundário.
Os sintomas do transsexualismo, são maioritariamente de natureza psicológica, ou seja a criança começa a sentir que algo está errado e que a sua anatomia não corresponde ao seu pensamento nem ao que sente. Embora sejam apresentadas várias teorias para a etiologia do fenómeno, como psicossociais, endócrinas e biológicas, num aspecto todos estão em acordo os transsexuais são grupo bastante heterogéneo, com características muito específicas e particulares e que a contribuição psicológica para o desenvolvimento desta perturbação é bastante elevada (Walters, W., Ross, M., 1986).
Relativamente aos primeiros casos de transsexualismo não se sabe ao certo quando surgiram. No entanto, sabe-se que o início das cirurgias de reatribuição sexual bem como a avaliação dos seus resultados, começou a ser documentada nas décadas de 30 e 60 do século passado. Foram o caso de Lili Elbe e Christine Jorgensen. (Pechorro, P., Vieira, R., 2004, Benjamin, 1966; Walters, W., Ross, M., 1986).
Desde então muito estudos têm sido realizados com a finalidade de melhor poder descrever este fenómeno.
Para alguns autores o Transsexualismo está associado a uma psicopatologia severa, no entanto os estudos que reforçam esta teoria têm uma fraca consistência empírica. (Brown, G.R., 1990, Haraldsen, I.R., Dahl, A.A., 2000) Apesar desse facto, muitos investigadores têm elaborado investigações onde descrevem casos de psicopatologia associada.
Em 1979, um estudo realizado comparando doentes com perturbação psiquiátrica e transsexuais candidatos à mudança de sexo concluiu que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao nível do auto-conceito e ajustamento emocional entre estes grupos. No entanto, quando comparado o grupo de doentes com perturbação psiquiátrica com heterossexuais e homossexuais, foram encontradas diferenças significativas ao nível da auto-estima e ao nível do ajustamento. (Straaberg, D.S., Roback, H., Cunningham, J., McKee, E., Larson, P. 1979).
Levine, em 1980, realizou um estudo com 51 pessoas também candidatos à cirurgia de reatribuição sexual, chegando à conclusão que 92% dos homens e 58% das mulheres apresentavam diagnóstico psiquiátrico para além da perturbação de identidade de género. (Levine, S.B., 1980). Em 1982, após uma larga experiência neste ramo, Meyer referiu que o transsexualismo estava intimamente relacionado com perversões e outras perturbações psiquiátricas, observando-se nomeadamente uma forte relação entre o transsexualismo e as psicoses. (Meyer, J.K., 1982)
Em 1985, Murray referiu que no grupo dos transsexuais se poderia identificar um sub-grupo de sujeitos de Perturbação Borderline da Personalidade, isto porque, realizou um estudo comparando transsexuais male-to female, sujeitos com diagnóstico Borderline e pessoas sem diagnóstico de perturbação. Concluiu assim que, os transsexuais homens e os sujeitos com patologia Borderline apresentavam níveis significativamente mais elevados de personalidade agressiva, baixa capacidade para se relacionarem com os outros e pouca capacidade ao “teste de vida real”. (Murray, J.F., 1985).
Outro estudo realizado em 1993, com 19 transsexuais (nove male-to female (MF) e dez female-to-male(FM), após terem sido avaliados segundo DSM-III-R e um questionário de auto-preenchimento para avaliação do Eixo I e II, revelou a presença de algumas perturbações da personalidade nos dois grupos. (Bodlund, O., Kullgren, G., Sundbom, E., Hojerback, T., (1993)
Na Alemanha, em 2003, foi realizada uma investigação em que 75% de um total de 359 sujeitos transsexuais apresentavam comorbilidade com perturbações psiquiátricas, nomeadamente perturbação da personalidade, humor dissociativo e perturbações psicóticas (A Campo, J., Nijman, H., Merckelbach, H., Evers, C., 2003).
Resultados semelhantes foram encontrados através de uma amostra de 31 sujeitos com o diagnóstico de perturbação da identidade de género, avaliados segundo os critérios de uma entrevista estruturada do Eixo I e II (SCID-I/II) e utilizando também o Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). (Hepp, U., Kraemer, B., Schnyder, U., Miller, N., Delsignore, A. 2005)
Por outro lado, alguns autores referem que embora possa existir psicopatologia associada ao transsexualismo, esta não se revela severa, mas ser uma consequência de todo o processo que o transsexual tem que passar.
Neste sentido Levine e Lothstein em 1981, já teriam descrito que a cirurgia de reatribuição sexual poderia ser benéfica para os pacientes com perturbação de identidade de género, no sentido de não se auto mutilar nem de praticarem outros comportamentos auto destrutivos, referem ainda a necessidade de ser efectuado um diagnóstico diferencial desta perturbação e de outros diagnósticos psiquiátricos. Essa avaliação devia ser baseada na distinção de formas subtis de psicoses, perturbações da personalidade e outras patologias. (Levine, S.B., Lothstein, L. 1981).
Em 1988, considerava-se que os transsexuais que estavam a aguardar cirurgia de reatribuição sexual apresentavam uma menor sintomatologia neurótica que os transsexuais que ainda estavam no processo de avaliação. (Mate-Kole, C., Freschi, M., Robin, A. 1988, Pechorro, P., Vieira, R. 2004)
Cole et al, concluiu que, a sintomatologia mais frequente da disforia de género é a perturbação da ansiedade, depressão, abuso de álcool e consumo de drogas, no entanto quando iniciam o tratamento hormonal e são propostos para cirurgia os comportamentos auto-destrutivos diminuem e aumenta a sensação de estabilidade. (Cole, M.C., O´Boyle, M., Emory, E. Lee., Meyer, J. Walter, 1997)
Se há estudos que através das suas conclusões mostram que os transsexuais apresentam alguma psicopatologia associada, encontra-se também muitos autores que defendem uma posição contrária.
Bodlund e Armelius após realizarem uma comparação entre sujeitos com diagnóstico de perturbação de identidade de género em adolescentes e em adultos, transsexuais e pessoas “normais”, concluíram que os transsexuais apresentam uma boa auto imagem e uma menor perturbação da personalidade que os sujeitos normais”. (Bodlund, O., Armelius, K. 1994)
Utilizando critérios de avaliação estruturada segundo oD.S.M-III-R juntamente coma administração M.M.P.I-2, um estudo demonstrou que o transsexualismo não está associado a nenhuma perturbação severa da personalidade, e que na maior parte das vezes o transsexualismo tem de ser visto como um diagnóstico isolado e não como parte de uma perturbação psiquiátrica. (Cole, M.C., O´Boyle, M., Emory, E. Lee., Meyer, J. Walter, 1997, Cohen, L., de Ruiter, C., Ringelberg, H., Cohen-Kettenis, P.T. 1997, Miach, P.P., Berah, E.F., Butcher, J.N., Rouse, S. 2000)
Em Portugal, um estudo realizado por Pechorro e Vieira, concluiu que após avaliação psicológica de um grupo de 12 transsexuais, que o grupo MF apresenta um índice mais elevado de psicopatologia, enquanto que o grupo FM não apresenta qualquer tipo de índice psicopatológico. (Pechorro, P., Vieira, R. 2004)
Ainda assim, é possível fazer uma distinção entre o grupo dos transsexuais (MF) e (FM). Como grupo, os sujeitos FM apresentam-se como mais homogéneos nos seus comportamentos, apesar de ambos MF e FM funcionarem de forma semelhante em termos de funcionamento mental, no entanto o grupo MF apresenta-se como mais heterogéneo, maior índice de perturbações psiquiátricas, menor impulso sexual e, menos informação acerca da sexualidade. (Levine, S.B. 1980, De Cuypere, G., Janes, C. Rubens, R. 1995, Midence & Hargreaves, 1997)
Desta forma, pode-se concluir que todos os autores independentemente das conclusões retiradas das suas investigações (haver ou não comorbilidade com as perturbações psiquiátricas), apontam no sentido de se realizar uma avaliação intensa antes, durante e após a intervenção cirúrgica de reatribuição sexual. Essa avaliação deverá ser consensual em todos os países, porque a utilização de diferentes medidas de avaliação pelos diversos centros poderão contribuir para a falta de concordância entre os autores no que se refere à presença de psicopatologia associada a este tipo de perturbação de identidade de género.
Os transsexuais não devem ser vistos como um grupo homogéneo, apresentarem traços de personalidade manipuladora, revelarem níveis bastante significativos de ansiedade quando avaliados, ao mesmo tempo que tentam manipular os resultados das avaliações a que são submetidos. (Walters, W., Ross, M., 1986,Cohen-Kettenis, P.T., Gooren, L.J. 1999, Campo, J.M., Evers, C., Merckelbach, H.L., Decker, I. 2001).
A falta de medidas estandardizadas e que sejam adoptadas por todos os centros de avaliação que lidam com esta população parecem não favorecem a concordância entre os diferentes estudos ao mesmo tempo que permite que haja uma certa subjectividade na avaliação da disforia de género.(Campo, J.M., Evers, C., Merckelbach, H.L., Decker, I. 2001)
Ainda assim, parece que o tratamento mais adequado para as disforias de género secundário será a psicoterapia e não a cirurgia de reatribuição sexual.
Uma avaliação realizada a transsexuais secundários pós operatórios, revelou que o desajustamento psicológico atingia os valores máximos, apresentando elevados traços de personalidade de tipo paranoide e esquizofrénico, esta conclusão poderá estar relacionada, com o facto de os transsexuais considerados de tipo secundário já terem constituído família (casamento e filhos), e até pela própria definição de disforia de género secundário. (Beatrice, J. 1985, Walters,W., Ross, M., 1986, Pechorro, P., Vieira, R. 2004)
Quanto às perturbações de identidade de género primário, o caminho mais correcto a seguir será uma avaliação psicológica bastante cuidada no sentido de averiguar a presença de alguma psicopatologia severa ou não mascarada bem como a integração de uma equipa de endocrinologistas.
O acompanhamento psicológico deve realizado por uma equipa de psiquiatras, psicólogos e utilizadas medidas bastante fiáveis para melhor abordagem e tratamento. (Walters,W., Ross, M., 1986, Cole, M.C., O´Boyle, M., Emory, E. Lee., Meyer, J. Walter, 1997, Cohen-Kettenis, P.T., Gooren, L.J. 1999).
Referências
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