Plano de Cuidados - TVM

Diagnóstico: Ansiedade em grau elevado.
Intervenções: Manter uma atitude calma e decidida, mantendo o contacto olhos nos olhos com o doente. Facilitar a expressão dos seus medos, reduzindo ou eliminando estímulos potenciadores de ansiedade. Identificar pessoas significativas cuja presença possa auxiliar o paciente. Incluir a esposa nos cuidados.
Justificação: De acordo com Henriques (2004) a ansiedade decorre, numa primeira fase, resultante das dúvidas e incertezas. Segundo Delisa (2002) a ansiedade é um problema comum no processo de reabilitação, agravado com a hospitalização, devendo-se privilegiar inicialmente as intervenções não medicamentosas.
No inventário de resolução de problemas apresenta um score de77, num total possível de 200.
Diagnóstico: Imagem corporal alterada. Intervenções: Vigiar comportamentos.
Providenciar medidas de segurança. Optimizar comunicação. Requerer apoio do psicólogo. Requerer serviços religiosos. Optimizar crença religiosa. Optimizar crenças e valores. Elogiar o doente. Promover relação com outros doentes com adaptação eficaz. Assistir o doente para identificar estratégias de coping. Facilitar comunicação expressiva de emoções. Reforçar imagem corporal positiva. Justificação: As alterações da imagem corporal após uma doença ou acidente exigem que a pessoa se ajuste à perda e à mudança, é importante restaurar a autoestima para desenvolver um coping eficaz. Os indivíduos são perturbados pelas alterações da sua imagem corporal, têm de rever a concepção sobre o seu corpo há muito tempo aceite, podendo os modelos de vida vir a ser alterados. Nos indivíduos com lesão vertebro medular a sua imagem corporal está alterada, não só pela paralisia em si, mas também pelo facto de vivenciarem complicações urinárias e defecatórias, susceptíveis de se traduzirem em acidentes indesejados, durante o acto sexual.
Diagnóstico: Coping ineficaz.
Intervenções: Avaliar e identificar estratégias de coping. Reforçar crença em valores e crença religiosa. Promover suporte da família, ajudar o doente e família a identificar os factores que aumentam a sensação de autoprotecção. Promover um humor saudável. Escutar o doente e responder de forma honesta às perguntas sobre o seu estado de saúde. Ensinar o doente sobre estratégias de coping.
Justificação: Segundo Cardoso (2006) coping não eficaz resulta do enfraquecimento de comportamentos adaptativos da pessoa e das capacidades de resolução de problemas que vão de encontro às necessidades da vida e do desempenho de papéis. O processo de coping implica observações/avaliações, realizadas à luz do quadro referencial cognitivo-comportamental do sujeito.
No inventário de resolução de problemas apresenta um score de77, num total possível de 200.
Diagnóstico: Processos familiares comprometidos .
Intervenções: Identificar os efeitos das mudanças de papel no processo familiar. Encorajar a visita de familiares, mantendo as visitas flexíveis de modo a ir ao encontro das necessidades familiares e do doente. Discutir estratégias de normalização familiar, com a família.
Justificação: O aparecimento de doença na família obriga a reorganizar os seus padrões transaccionais para poder responder funcionalmente à dificuldade provocada por esta situação (Alarcão, 2000). A lesão medular de Tibério vai interferir não só com aspectos de ordem económica, mas vai igualmente, obrigar a uma redefinição de papéis e a um reajustamento da família.
Diagnóstico: Espasticidade em grau moderado.
Intervenções: Vigiar o movimento muscular. Gerir medicação. Executar técnicas de posicionamento anti espástico . Executar técnicas de exercício muscular e articular.
Justificação: Decorre da libertação do arco reflexo (fica intacto), do controlo do sistema nervoso central. Ocorre abaixo do nível da lesão, durante os primeiros 6 meses. É aumentada por múltiplos estímulos, cutâneos, temperatura ambiente, roupa apertada, obstipação, infecções, retenção urinária (Hoeman, 2000).
De acordo com o Índice de Ashwoth apresenta um grau ligeiro de espasticidade.
Diagnóstico: Autocontrolo continência urinária ineficaz.
Intervenções: Realizar um levantamento urinário completo. Executar técnica de cateterização intermitente. Proporcionar privacidade para a execução do procedimento. Determinar o horário para a cateterização com base no levantamento urinário e necessidades individuais. Utilizar técnica asséptica no procedimento. Manter um registo detalhado do horário da cateterização, ingestão hídrica e eliminação.
Justificação: A bexiga neurogénica reflexa resulta da interrupção dos feixes sensoriais e motores da medula espinhal. O arco reflexo permanece intacto, desencadeando micções involuntárias devido à falta de controlo cerebral, sendo as micções incompletas devido ás contracções descoordenadas da bexiga. As contracções descoordenadas do detrusor e do esfíncter urinário externo, fazem aumentar a pressão nas paredes da bexiga, à medida que o detrusor se contrai de encontro ao esfíncter urinário já contraído (Hoeman, 2000).
Diagnóstico: Conhecimento não demonstrado pelo individuo /família sobre a técnica de treino vesical.
Intervenções: Ensinar e treinar o método e as razões da cateterização intermitente. Ensinar, instruir e treinar regras de higiene antes, durante e após cateterismo. Treinar cateterizações intermitentes de acordo com padrão urinário. Ensinar sobre regime alimentar adequado.
Justificação: O envolvimento do indivíduo e família não só assegura cuidados mais conscientes para o doente, mas é também muito benéfico para a família, dando-lhe um sentido de cumprimento e utilidade.
Segundo Smeltzer e Bare (2005) quando pretendemos ensinar competências, a demonstração, a prática e o reforço dos ensinos, são essenciais porque a aprendizagem exige tempo.
A ingestão de 2 a 3l de líquidos e de alimentos acidificantes da urina, para além de promoverem uma boa hidratação, minimizam a ocorrência de infecções urinárias. Os líquidos devem ser administrados preferencialmente antes do jantar para minimizar a necessidade drenagens vesicais durante a noite.
Diagnóstico: Autocontrolo continência fecal ineficaz
Intervenções: Vigiar o autocontrolo, planear o treino intestinal com o doente. Iniciar o treino em horário ininterrupto e adequado para a defecação. Proporcionar alimentos com alto teor em fibras, garantir uma adequada ingestão hídrica. Gerir a administração de supositório. Fazer dilatação rectal digital, quando necessário. Avaliar o estado intestinal. Modificar o programa de treino intestinal de acordo com as necessidades.
Justificação: O intestino neurogénico reflexo é consequência da interrupção completa das vias nervosas, a sensibilidade intestinal e nadegueira estão abolidas, os reflexos anal e bulbocavernoso presentes. Os segmentos nervosos sagrados estão intactos, sendo possível desenvolver um estímulo resposta do controlo intestinal, usando o reflexo de massa. Quando as fezes se acumulam na ampola rectal e a distendem, provocam o esvaziamento reflexo do intestino (0'Sullivan, 2004)
Diagnóstico: Conhecimento não demonstrado pelo individuo/família sobre a técnica de treino intestinal.
Intervenções: Explicar a origem do problema e fundamentos da acção. Ensinar os princípios e técnica de treino intestinal. Orientar para a ingestão de alimentos com alto teor em fibras, garantir uma adequada ingestão hídrica.
Justificação: É importante estabelecer um horário regular para a defecação, os reflexos gastrocólico e duodenocólico ocorrem aproximadamente 30 minutos depois de uma refeição, o período da manhã após o pequeno-almoço é o melhor para planear a eliminação intestinal. O doente deve assumir a posição de sentado para aumentar a pressão intra-abdominal. A dieta deve ser rica em fibras (vegetais, cereais, …) para estimular o peristaltismo, e a ingestão hídrica vai impedir o endurecimento das fezes (Smeltzer e Bare, 2005). As fibras retêm água no intestino em forma de gel, impedindo a absorção de água pelo intestino e assegurando fezes volumosas e moldadas, tornam as fezes mais densas, aceleram a sua progressão e tornam mais densos os trânsitos rápidos.
Diagnóstico: Autocuidado higiene dependente
Intervenções: Avaliar o autocuidado higiene e aprendizagem de capacidades para o autocuidado. Supervisionar o doente e providenciar material para banho. Assistir o doente no autocuidado higiene no chuveiro. Motivar para Autocuidado: Higiene. Identificar diversas condutas para realizar o autocuidado. Monitorizar a tolerância do doente durante a acção. Prevenir acidentes.
Justificação: O Tibério apresenta limitações motoras severas, encontra-se numa fase de adaptação, no entanto, de acordo com Delisa (2002) um indivíduo com lesão medular a nível D5 pode desenvolver aptidões para desempenhar as actividades de higiene a um nível optimo.
Diagnóstico: Conhecimento não demonstrado pelo individuo /família sobre a técnica de autocuidado higiene
Intervenções: Ensinar o doente sobre estratégias adaptativas para o autocuidado higiene. Ensinar o autocuidado. Informar e advogar a utilização de equipamentos adaptativos. Treinar o doente sobre o autocuidado higiene. Instruir a família para zelar pela privacidade do indivíduo.
Justificação: A gestão do autocuidado é fundamental para a autoestima e independência, é uma questão muito pessoal, que muitas vezes se inicia com rituais e hábitos, em horários e métodos que se aprenderam, ou cultivaram com a família. O Tibério tem alterações da sensibilidade abaixo de D5, pelo que é fundamental prevenir acidentes provocados por queimadura ou mau posicionamento dos membros inferiores (Hoeman, 2000).
Diagnóstico: Autocuidado vestir-se dependente.
Intervenções: Assistir e vigiar o autocuidado vestir-se. Gerir o vestuário. Posicionar e assistir o doente no vestir-se. Identificar diversas condutas para realizar o autocuidado.
Justificação: A avaliação da amplitude de movimentos, da destreza, equilíbrio, força e energia devem preceder as intervenções de vestir. O enfermeiro colabora na modificação da técnica de autocuidado vestir-se de acordo com as necessidades individuais. Um procedimento que exceda os 30 a 40 minutos, frustrando o doente, constitui um sinal para que seja oferecida ajuda (Hoeman, 2000).
Diagnóstico: Conhecimento não demonstrado pelo indivíduo/família sobre a técnica de autocuidado vestir-se.
Intervenções: Ensinar e treinar o doente sobre o autocuidado vestir-se. Informar e advogar a utilização de equipamentos adaptativos. Instruir a família para zelar pela privacidade do indivíduo. Motivar para o autocuidado vestir-se com vestuário pessoal.
Justificação: O planeamento a selecção de roupas manejáveis, dar tempo para se vestir, o ensino de sequência para vestir as peças de vestuário e o encorajar a independência podem melhorar os resultados. A restrição de movimentos pode ser ultrapassada modificando a roupa, utilizando dispositivos auxiliares e adaptativos (Hoeman, 2000). As estratégias para melhorar o conhecimento são intervenções terapêuticas, no entanto só por si não servem para prever a melhoria de resultados nos cuidados pessoais.
Diagnóstico: Autocuidado ir ao sanitário dependente
Intervenções: Vigiar o autocuidado ir ao sanitário e aprontar os dispositivos de eliminação. Posicionar o doente e assistir a ir ao sanitário. Incentivar o autocuidado.
Justificação: A independência na utilização do sanitário é um objectivo primordial, apesar das potenciais dificuldades, o doente deve ser encorajado a faze-lo. A casa de banho é o lugar onde ocorrem mais acidentes, pelo que é fundamental evitar os acidentes mantendo atenção à segurança (Hoeman, 2000).
Diagnóstico: Conhecimento não demonstrado pelo individuo /família sobre a técnica de autocuidado ir ao sanitário.
Intervenções: Motivar e ensinar o doente sobre o autocuidado. Treinar o doente sobre o autocuidado ir ao sanitário. Informar e advogar a utilização de equipamentos adaptativos.
Justificação: É importante informar o doente/família sobre as medidas de higiene na manutenção da integridade da pele. As medidas de segurança devem estar sempre presentes, vigiar o equilíbrio, estado de alerta e motivação. Em qualquer abordagem sobre a utilização do sanitário, o recato, privacidade e dignidade do utente, são considerações importantes.
Diagnóstico: Autocuidado rodar-se dependente
Intervenções: Vigiar o autocuidado rodar-se. Gerir plano de autocuidado rodar-se. Aprontar os dispositivos de ajuda técnica. Posicionar o doente. Executar técnicas de exercício muscular e articular. Assistir o doente a posicionar-se. Assistir o doente nas técnicas de exercício muscular e articular. Motivar para o Autocuidado: exercício.
Justificação: O autocuidado rodar-se permite melhorar a mobilidade no leito, tornando o doente independente no leito, facilitando o alívio das zonas de pressão e o vestir os membros inferiores. Rodar-se requer aprendizagem na utilização da cabeça, pescoço e membros superiores, bem como os movimentos para que o tronco e os membros superiores sejam activados (0'Sullivan, 2004).
Diagnóstico: Autocuidado transferir-se dependente
Intervenções: Vigiar as transferências. Aprontar os dispositivos de transferência. Assistir nas transferências. Motivar para se transferir. Executar exercícios de fortalecimento muscular.
Justificação: O treino de transferências é iniciado quando o doente tem equilíbrio de tronco na posição de sentado. Este autocuidado é um pré-requisito necessário para actividades, muitas funcionais, como transferir-se para a banheira, condução de automóveis, entre outras. A técnica mais utilizada é a de deslizamento, com algumas variações, de acordo com o doente. O método mais eficaz é determinado de acordo o doente (0'Sullivan, 2004).
Diagnóstico: Risco de ventilação ineficaz
Intervenções: Vigiar a respiração. Auscultar tórax. Monitorizar FR. Instruir o doente sobre técnicas respiratórias. Estimular a tosse. Motivar o doente para ingestão de líquidos. Motivar o doente a tossir. Promover reeducação funcional respiratória. Motivar o doente sobre exercício físico.
Justificação: A diminuição da acção dos músculos intercostais, leva a redução da expansão torácica e consequentemente a um volume inspiratório diminuído, a paralisia dos abdominais levam à perda de sustentação das vísceras abdominais, fazendo com que o diafragma assuma uma posição baixa, o que leva a uma redução do volume de reserva expiratória, com perda de eficácia da tosse. As intervenções são dirigidas para a optimização da ventilação, eficácia da tosse, prevenção da perda de mobilidade totácica e o aparecimento de padrões respiratórios substitutos ineficientes (0'Sullivan, 2004).
Diagnóstico: Risco de Trombose Venosa Profunda.
Intervenções: Executar verticalização progressiva em plano inclinado. Gerir utilização de meias de contenção ou ligadura elástica e faixa abdominal. Monitorizar edemas dos membros inferiores. Gerir medicação.
Justificação: Formação de trombos resultantes da incapacidade de bombear normalmente o sangue, por perda de contracção activa dos músculos dos membros inferiores, levando a uma diminuição do fluxo sanguíneo. O risco de trombose venosa profunda estará provavelmente relacionado com a estase venosa e hipercoaguabilidade. Os membros inferiores devem se examinados regularmente, a utilização de meias de compressão devem ser uma rotina Delisa (2002).
Diagnóstico: Risco de Hipotensão Ortostática.
Intervenções: Monitorizar FC. Monitorizar TA. Avaliar pulso. Treinar técnica de levante. Gerir medicação. Gerir utilização de meias de contenção ou ligadura elástica
Justificação: As pessoas com lesões medulares têm frequentemente tensão arterial baixa, podendo tornar-se sintomáticas com as modificações posturais. As alterações observadas durante o ortostatismo desenvolvem-se devido à estase sanguínea nos membros inferiores e à vasoconstrição ineficaz secundária à resposta autonómica alterada. Os sintomas desenvolvem-se com base na alteração do fluxo sanguíneo cerebral, em resposta à diminuição do valor absoluto da tensão arterial (Delisa, 2002).
Diagnóstico: Risco de Disreflexia Autónoma (ou hiper-reflexia).
Intervenções: Identificar e minimizar os estímulos capazes de precipitar disreflexia (distensão da bexiga, impactação fecal, roupa apertada...); monitorizar sinais e sintomas de disreflexia, orientar o doente e família, sobre as causas, sintomas, prevenção e tratamento da disreflexia.
Justificação: Ocorre em lesões acima de D6, é um reflexo patológico, é um evento agudo de actividade autónoma a partir de estímulos nocivos abaixo do nível da lesão. O estimulo aferente (proveniente desse estimulo nocivo) atinge a parte inferior da medula espinhal (área torácica e inferior sacral) e inicia uma resposta reflexa em massa que resulta na elevação da TA, podendo levar à morte. Sintomas: HTA, bradicardia, dores de cabeça, sudorese abaixo do nível da lesão, aumento da espasticidade, constrição pupilar, congestão nasal, piloerecção e “visão turva” (0'Sullivan, 2004).
Diagnóstico: Conhecimento não demonstrado sobre função sexual.
Intervenções: Estabelecer relação terapêutica baseada na confiança e no respeito. Oferecer privacidade e garantir confidencialidade. Discutir os efeitos da lesão medular sobre a sexualidade. Encorajar a verbalizar os seus medos e dúvidas. Providenciar informações factuais (com modelos positivos) sobre equívocos que o doente possa verbalizar. Orientar sobre técnicas para aumentar a capacidade para desempenhar a sexualidade.
Justificação: O arco reflexo está intacto (S2; S3; e S4), a erecção pode ocorrer em resposta à estimulação dos genitais e períneo (erecção reflexa). O centro parassimpático, activado reflexamente, e o centro simpático, activado por estímulos psicológicos, são os principais mediadores da resposta eréctil. A função sexual não se esgota na dimensão funcional do envolvimento sexual, podendo ser comparável a uma orquestra, onde é impossível quantificar a importância de cada um dos seus elementos. O que marca a diferença é a perturbação dos circuitos nervosos entre os órgãos genitais e os circuitos nervosos superiores, o comportamento sexual não consiste necessariamente a um conjunto de iniciativas conducentes ao coito (Cardoso, 2006).
Diagnóstico: Edifício residencial não adequado
Intervenções: Advogar alterações arquitectónicas no acesso ao edifício. Advogar alterações arquitectónicas na casa de banho. Advogar a reorganização do mobiliário dentro da habitação. Informar sobre recursos da comunidade. Orientar para o serviço social.
Justificação: O processo para a resolução de problemas deve ser conduzido através de discussão entre os membros da equipe, o doente e família. Adaptações simples como a construção de rampas e reorganização do espaço, podem revelar-se ajustadas (Delisa, 2002).
Segundo Henriques (2004) as barreiras arquitectónicas causam uma sensação de impotência e de desespero.
TCE DIAGNÓSTICOS INTERVENÇÕES E JUSTIFICAÇÃO
Diagnóstico: Parésia do hemicorpo direito
Intervenções: Vigiar o movimento muscular. Executar técnicas de posicionamento. Ensinar técnicas de posicionamento. Treinar técnicas de posicionamento. Executar técnicas de exercício muscular e articular . Ensinar técnicas de exercício muscular e articular. Treinar técnicas de exercício muscular e articular.
Justificação: A parésia do hemicorpo direito resulta das lesões neurológicas e dos efeitos da imobilidade na fase aguda do traumatismo.
De forma a aumentar a força muscular é necessário implementar com o doente um programa de exercícios musculares, nomeadamente exercícios resistidos (objectivo é melhorar o desempenho muscular), exercícios isométricos (para prevenir e diminuir a atrofia muscular, restabelecer o controlo neuromuscular e desenvolver a estabilidade postural e articular), exercícios de cadeia fechada, exercícios de fortalecimento muscular.
Promover técnicas de posicionamento correctas no leito e em posição sentada permite prevenir atrofias e contracturas musculares, deformidades e facilita o treino de equilíbrio e a correcção postural. Os posicionamentos mais adoptados devem ser lateralização para o lado são alternadamente para o lado hemiplégico e anti-espástico.
Diagnóstico: Risco de rigidez articular do hemicorpo direito
Intervenções: Vigiar o movimento muscular. Executar técnicas de posicionamento. Ensinar técnicas de posicionamento. Treinar técnicas de posicionamento. Executar técnicas de exercício muscular e articular. Ensinar técnicas de exercício muscular e articular. Treinar técnicas de exercício muscular e articular.
Justificação: O risco de rigidez articular está intimamente relacionado com alterações do tónus muscular, força muscular e imobilidade.
Os exercícios de manutenção de amplitude de movimento previnem o aparecimento de contracturas e rigidez.
Os exercícios de mobilização/manipulação de articulações são indicados em caso de dor/defesa muscular/espasmo, hipomobilidade articular e imobilidade funcional.
Os movimentos mais lentos diminuem a rigidez.
É muito importante que durante a execução dos movimentos a “dor é sempre o guia”.
Diagnóstico: Autocontrolo agressividade não eficaz
Intervenções: Gerir ambiente físico. Identificar estímulos. Diminuir estímulos. Ensinar técnica de relaxamento. Treinar técnica de relaxamento. Assistir no autocontrolo agressividade.
Justificação: As alterações neuropsicológicas são sequelas pós-traumáticas frequentes em lesões frontais e temporais, nem sempre fáceis de diagnosticar e de serem compreendidas pelos técnicos de saúde e pela família. É imprescindível o envolvimento da família e não tomar o comportamento agressivo como pessoal, mas sim fruto da lesão cerebral.
Promover um ambiente calmo e seguro, identificar os estímulos indutores, recorrer a técnicas de relaxamento são medidas que podem facilitar o autocontrolo do doente.
A reabilitação comportamental deve atender alguns princípios nomeadamente, uniformidade e consistência na equipa, considerar o doente como um adulto e não uma criança, o enfermeiro é um modelo comportamental, evitar surpresas e negociar, se possível um ambiente e actividades do seu interesse. Deve englobar procedimentos tais como, reconhecer as coisas e acontecimentos que causam stress ao doente e tentar evitá-los ou diminui-los, planificar e estruturar os dias e semanas o mais possível para diminuir os imprevistos e tentar dirigir a atenção da pessoa encolerizada para algo positivo.
Diagnóstico: Dor aguda em grau moderado no ombro direito.
Intervenções: Monitorizar a dor. Gerir medicação. Gerir ambiente físico. Aplicar embalagem quente (calor húmido). Posicionar. Massajar. Executar terapias (não farmacológicas de controlo da dor). Ensinar técnicas (de controlo da dor). Ensinar doente sobre gestão do regime terapêutico. Treinar o doente para técnicas de controlo da dor.
Justificação: A dor é um dos factores que mais influencia a Qualidade de Vida. A instauração da dor aguda no ombro do lado hemiparético/hemiplégico ocorre pela diminuição da força muscular, rigidez muscular, contracturas, deformidades, resultantes das lesões cerebrais, posicionamentos incorrectos. Deve ser monitorizada de forma sistemática e periódica, segundo escala de avaliação da dor. O controlo da dor inclui prevenir a dor, excluir causa orgânica activa, evitar factores de agravamento (controlo de ansiedade e depressão, uso correcto de ortóteses, prevenção de complicações, posicionamento anti-álgico, mobilizações) e medidas de analgesia. Um braço espástico e doloroso prejudica o equilíbrio, a postura, os movimentos do corpo e interfere nas AVD. Para prevenir a dor no membro superior devemos realizar exercícios de amplitude de movimentos precocemente, promover os movimentos glenoumeral e escápulo-torácico, exercícios de fortalecimento cervical, dos músculos da coifa e músculos extensores do braço, corrigir a posição de sentado na cadeira e promover transferências com as mãos junto ao corpo. O calor húmido e a massagem são medidas eficazes na diminuição da dor, fáceis de executar pelos enfermeiros no internamento e pelo prestador de cuidados/família em casa. Estas terapias e outras não farmacológicas têm como principais objectivos evitar a toma de analgésicos.
Diagnóstico: Adormecer difícil
Intervenções: Vigiar sono. Gerir ambiente físico. Gerir medicação. Executar técnica de relaxamento. Posicionar doente. Confortar o doente. Treino autogénico.
Justificação: O ciclo de vigília e sono é facilmente influenciado por factores internos ou externos à pessoa. Muitas vezes basta uma simples alteração nos nossos hábitos de vida, mesmo quando estamos sãos para afectar o nosso sono.
A acrescentar que nos doentes com TCE podem surgir alterações neuropsicológicas (ansiedade, irritabilidade) e comportamentais que afectam necessariamente o sono.
Para restabelecer o padrão de repouso e sono, é necessário conhecer os hábitos de vida anteriores ao trauma.
Vigiar o sono, criar um ambiente físico calmo e confortável, executar técnicas de relaxamento, posicionar e confortar o doente são as primeiras medidas terapêuticas a adoptar.
O banho antes de deitar, a musicoterapia (sons do mar, golfinhos) neste doente foram medidas de sucesso na indução do sono e resultaram do conhecimento dos hábitos de vida do doente.
Diagnóstico: Disfasia
Intervenções: Avaliar disfasia. Optimizar o material de comunicação. Advogar apoio terapêutico (outros técnicos). Assistir na comunicação. Motivar para a comunicação. Promover o envolvimento do prestador de cuidados. Elogiar o doente. Ensinar o doente sobre a comunicação verbal. Ensinar o doente sobre a comunicação não verbal. Ensinar o doente sobre técnicas de treino do discurso. Treinar o doente sobre técnicas de treino do discurso. Ensinar o doente sobre material de comunicação.
Justificação: A disfasia é um tipo de afasia motora com as características específicas: expressão perturbada, não se consegue formar ou exprimir oralmente as palavras e pode não implicar necessariamente disgrafia.
A colaboração e apoio de terapeuta da fala são essenciais na recuperação do doente. A articulação de profissionais deve imperar no programa de reabilitação.
Todas as pessoas que interagem com o doente devem ter presente que a compreensão não está afectada, mas sim a sua expressão. Isolar factores que possam prejudicar a comunicação, ouvir com atenção, pedir para repetir as frases sem induzir ansiedade, usar ajudas técnicas de comunicação são entre outros, princípios e técnicas que devem ser conhecidas e executadas por todos.
Falar calmamente, usando frases curtas e simples também podem ajudar a prevenir a ansiedade e stress do doente quando comunica. Isto é, se quando comunicamos com o doente adoptamos atitudes facilitadoras de discurso, melhor porque a tendência será ele tentar responder da mesma forma.
Diagnóstico: Memória de curto prazo alterada
Intervenções: Estimular a memória. Assistir o doente sobre técnicas de treino da memória. Treinar o doente sobre técnicas de treino da memória. Encorajar o doente sobre técnicas de treino da memória. Promover actividades lúdicas. Estimular a concentração e atenção
Justificação: O TCE pode afectar a memória retrógada ou a anterógrada (novas aprendizagens) neste caso, trata-se de uma amnésia pós-traumática, sendo um factor prognóstico importante.
A memória de curto prazo é um tipo de memória com as características específicas: capacidade de recordar acontecimentos ou experiências recentes.
A estimulação cognitiva deve englobar medidas tais como, reestruturar o ambiente circundante com a finalidade de reduzis a carga da memória, utilizar ajudas externas da memória (bloco de notas sobre acontecimentos recentes, agendas, diários, calendários, gravadores) e utilizar estratégias internas de memória (menomónicas), pois ajuda a aprendizagem da memória, assim como a organização e associação de imagens.
Promover a estimulação da memória, concentração e atenção exige um grande esforço e envolvimento de toda a equipa e da família. Não é fácil captar a atenção do doente e mantê-la, por outro lado, repetir várias vezes as mesmas acções e sequências de acontecimentos é desgastante e facilmente emergem sentimentos de frustração, cansaço e angústia.
Encorajar o doente e família é essencial na progressão do programa de reabilitação.
Diagnóstico: Autocuidado higiene dependente em grau reduzido
Intervenções: Avaliar o Autocuidado: higiene. Supervisionar o doente no autocuidado higiene no chuveiro. Motivar para Autocuidado: Higiene. Treinar o doente sobre estratégias adaptativas.
Diagnóstico: Autocuidado vestuário
dependente em grau reduzido
Intervenções: Vigiar o Autocuidado: vestuário. Gerir o vestuário. Supervisionar no vestuário. Motivar para o Autocuidado: Vestuário. Treinar o doente sobre o Autocuidado: Vestuário.
Diagnóstico: Autocuidado comer dependente em grau reduzido
Intervenções: Vigiar o autocuidado: comer. Gerir os alimentos. Supervisionar na alimentação. Motivar para o Autocuidado: comer. Treinar o doente sobre o Autocuidado: comer.
Diagnóstico: Autocuidado rodar-se dependente em grau reduzido
Intervenções: Vigiar o Autocuidado: rodar-se. Gerir plano de Autocuidado: rodar-se. Aprontar os dispositivos de ajuda técnica. Motivar para o Autocuidado: exercício. Treinar o doente sobre técnicas de exercício muscular e articular. Treinar o doente sobre posicionamentos.
Diagnóstico: Autocuidado transferir-se dependente em grau reduzido
Intervenções: Vigiar as transferências. Aprontar os dispositivos de transferência. ASupervisionar nas transferências. Motivar para o Autocuidado: transferir-se. Treinar o doente sobre técnicas de transferência.
Justificação: Os objectivos da reabilitação a médio e longo prazo são ajudar o doente a conseguir manter o máximo de independência e desempenho seguro nas actividades de autocuidado. A parésia, descoordenação motora, alterações sensitivas e motoras, espasticidade, diminuição de amplitude de movimentos, dor são situações que afectam o autocuidado. Para avaliar as AVD’s podemos recorrer ao Índice das Actividades de Vida Quotidiana de Barthel. A promoção do autocuidado deve ser uma constante na reabilitação. Os profissionais de saúde e família devem ser uniformes e consistentes nas suas práticas, evitando comportamentos de substituição e superprotecção. O mobiliário (mesa de cabeceira) e dispositivos de ajudas técnicas devem ser dispostos do lado afectado, permitindo exercitar a postura, equilíbrio, propriocepção e estimula o doente.
Diagnóstico: Autocuidado deambular dependente em grau moderado.
Intervenções: Vigiar a deambulação. Aprontar os auxiliares de marcha. Transferir o doente. Assistir na deambulação. Motivar para o Autocuidado: deambular. Ensinar o doente sobre técnicas de marcha. Treinar o doente sobre técnicas de marcha. Ensinar sobre postura corporal. Treinar postura corporal