Avaliação da Tensão Arterial

Introdução
Sendo as doenças cardiovasculares uma das principais causas de morte em Portugal, é necessário uma regulação periódica da pressão arterial em doentes ou até mesmo em pessoas sem alterações deste parâmetro.
clip_image007Então o objectivo deste trabalho prático é a medição da pressão arterial em diferentes indivíduos, através do método auscultatório, usando manómetros de mercúrio e manómetros electrónicos.
Após esta actividade experimental tomei conhecimento de que o valor de pressão sistólica é de 120 mm de Hg e, no seu ponto mais baixo, ou seja, para a pressão diastólica é cerca de 80 mm de Hg.
Fundamento Teórico
O sangue percorre os vasos sanguíneos em função de um gradiente de pressão, deslocando-se sempre das áreas de maior pressão para as de menor pressão. São essencialmente as contracções do coração que originam a corrente sanguínea. A pressão resulta da resistência oposta à circulação sanguínea.

A pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos sanguíneos e tem como referência padrão o manómetro de mercúrio (Hg), que mede a pressão em mm Hg.
Quando o ventrículo esquerdo se contrai e expele o sangue para a artéria aorta transmite energia cinética ao sangue. Este força as paredes elásticas da aorta e provoca pressão aórtica que atinge o seu ponto máximo. Esta pressão denominada pressão arterial sistólica, nos adultos saudáveis, é de cerca de 120 mm Hg. O sangue desloca-se através das artérias porque a pressão na aorta é mais alta do que nos vasos mais distantes.
Durante a diástole, o fecho da válvula aórtica semi-lunar evita que o sangue reflua para o coração. As paredes da aorta e de outras artérias contraiem-se, mantendo uma pressão contínua num menor volume de sangue. Consequentemente o sangue continua a deslocar-se no interior dos vasos mais pequenos. Durante este período, a pressão aórtica diminui para o seu nível mais baixo, aproximadamente 70-80 mm de Hg, em adultos saudáveis, denominando-se pressão diastólica.
As artérias com as suas paredes elásticas actuam como bombas auxiliares que operam durante a diástole, quando o coração relaxa, para fornecer ao sistema vascular o volume de sangue armazenado no coração durante a sístole.
Como a pressão oscila para cima e para baixo com cada batimento do coração, a pressão considerada como pressão arterial é a pressão média do sangue que circula para os tecidos durante o ciclo cardíaco.
A pressão sistémica é mais alta na aorta e declina à medida que percorre os vasos sanguíneos para atingir praticamente o valor zero na aurícula direita.
A pressão arterial pode ser medida directamente na artéria, através da colocação de cateteres nos vasos para monitorizar as variações da pressão, contudo este método não é adequado em prática clínica, sendo substituído pelo método auscultatório, que utiliza um esfigmomanómetro (braçadeira de pressão ligada a um manómetro) e um estetoscópio.
A braçadeira deve ser insuflada até a artéria radial colapsar completamente. Como o sangue não circula nessa zona, não se ouve qualquer som. Depois, começa-se a diminuir gradualmente a pressão da braçadeira e, quando esta fica abaixo da pressão sistólica, o sangue começa a circular através da área contraída, durante a sístole. O fluxo é turbulento e produz vibrações que são susceptíveis de serem ouvidas através do estetoscópio. Este método para determinar a pressão sistólica e diastólica não é totalmente rigoroso mas o seu resultado não difere mais de 10% do que os obtidos por métodos mais directos.
Estes sons denominam-se sons de Korotkoff, sendo a pressão sistólica a pressão associada ao primeiro som. Quando a pressão diminui até ao som desaparecer, o fluxo laminar é reestabelecido e a pressão correspondente é a pressão diastólica.
Existem dois factores principais que afectam a pressão arterial: o débito cardíaco e a “compliance”. Quanto maior for o débito cardíaco, maior será a quantidade de sangue que é ejectado para a árvore arterial em cada batimento. Por outro lado quanto menor for a “compliance” da árvore arterial, maior será o aumento da pressão para um determinado débito bombeado para as artérias.
Os valores da pressão arterial de cada indivíduo variam de momento a momento, em resposta às diferentes actividades e emoções. Considera-se que um indivíduo é hipertenso quando tem uma pressão arterial repetidamente superior ou igual a 140 mm Hg para a sistólica e/ou 90 mm Hg para a diastólica. No entanto, para certos doentes, como os diabéticos renais ou já com doença cardiovascular recomenda-se que devam ter valores mais baixos. Não existe uma definição claramente estabelecida para os valores da pressão arterial nas crianças. No entanto, considera-se geralmente que os valores tensionais acima de 110/70 mm Hg, devem ser considerados suspeitos, antes dos 10 anos de idade. Com a idade, a pressão arterial tem tendência a subir. Todavia a pressão arterial elevada no idoso não deve ser considerada normal.
A HTA (Hipertensão Arterial) é um factor de risco importantíssimo de doença cardiovascular, e a principal causa de morte e incapacidade no nosso País. Hoje sabe-se que a adopção de um estilo de vida saudável pode prevenir, pelo menos em parte, o aparecimento de HTA. Por outro lado, sabe-se que existe um enorme potencial para reduzir a incidência de doença e de morte cardiovascular se a HTA for detectada precocemente e controlada adequadamente.
As principais doenças associadas à HTA, e por ela causadas, são: acidente vascular cerebral; cardiopatia isquémica, incluindo angina de peito, o enfarte do miocárdio e a morte súbita; insuficiência cardíaca; aneurisma dissecante da aorta e insuficiência renal.
Parte Experimental
Material
  • Ë Esfigmomanómetro com manómetro de mercúrio
  • Ë Esfigmomanómetro electrónico
  • Ë Estetoscópio
Procedimento
I. Preparar o material separando o estetoscópio, o esfigmomanómetro, certificando-se que estão calibrados;
II. Verificar se a braçadeira está desinsuflada antes de ser ajustada ao braço do indivíduo;
III. Posicionar o indivíduo em local calmo e confortável, com o braço apoiado ao nível do coração e a palma da mão deve ficar em supinação;
IV. Palpar a artéria braquial e centralizar a bolsa ajustando o meio sobre a artéria
V. Fechar a saída de ar (válvula da pêra do esfigmomanómetro)
VI. Insuflar a braçadeira de pressão até a artéria braquial colapsar
VII. Diminuir gradualmente a pressão na braçadeira
VIII. Registar o valor de pressão aquando se ouve o primeiro batimento (corresponde à pressão sistólica)
IX. Continuar a diminuir a pressão até não ouvir qualquer som (corresponde à pressão diastólica)
Registo de Resultados

Indivíduo Pressão arterial
1 110/75
2 115/70
3 110/60
4 90/60
5 120/80
6 110/60
7 120/80
8 110/75
9 110/50
10 110/70
11 100/65
12 100/70
13 110/70
14 109/65
15 100/70
16 100/70
17 120/75
18 120/80



 

Conclusão
O valor de pressão arterial dependente de factores tal como a idade, a qualidade de vida, entre outros, existem valores basais, que podem ser considerados normais, deste modo é necessário ter cuidado aquando de uma análise de pressão arterial. Estes valores são cerca de 120 mm de Hg para a pressão sistólica e, no seu ponto mais baixo - pressão diastólica - cerca de 80 mm de Hg. A diferença entre essas duas pressões, deve ser cerca de 40 mm de Hg, é chamada de pressão do pulso.
Depois de analisar os resultados obtidos acerca das medições de pressão arterial nos vários indivíduos, através do método auscultatório, usando manómetros de mercúrio e manómetros electrónicos, concluímos que os valores obtidos se encontram dentro dos valores de pressão arterial considerados normais, apesar de haver indivíduos com umas pequenas alterações de pressão, que pode dever-se a factores externos nomeadamente aos ruídos existente no local onde foi feita a medição.
O esfigomanómetro de mercúrio é o equipamento que proporciona maior confiança e rigor na medição da pressão arterial, por esse motivo no caso de haver uma medição com aparelho automático obtivermos valores alterados, devemos confirmar com esfigomanómetro manual.
Sendo assim é necessário um estudo atento da pressão arterial de um indivíduo para um melhor diagnóstico e tratamento, pois cada caso é um caso.
Bibliografia
Guyton- Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 9.ª Edição, Mc Graw Hill- Internacional
Seeley, R.; Stephens, T., Tate, P., Anatomia e Fisiologia, Lisboa, 3.ª Edição, lusodidacta, 2001
Wingate, P., Dicionário de Medicina, Lisboa, 3ªEdição, Publicações Dom Quixote, 1978
Tresguerrres, J.A.F. e outros, Fisiologia Humana, MC Graw – Hill, Interamericana, 2ªedición, 2000
Houssay, Bernardo A, “ Fisiologia Humana”, Editorial «El Ateneo», S.A., 1975
 
Trabalho realizado por:
Ana Rita Gomes n.º 2300175
Departamento de Ciências da Saúde
Licenciatura em Ciências Farmacêuticas

Fisiologia Humana II